"Passou tudo tão depressa / nunca te falei de mim / o que digo não importa / o que sinto talvez sim."
sábado, 31 de janeiro de 2015
Momento (CXC)
Peter Pan dorme uma hora de sesta e começa a choramingar. Tento adormecê-lo outra vez, mas ele hoje está virado do avesso. Pouso-o no chão do quarto e vou-me deitar no sofá da sala. Fecho os olhos e ouço os passinhos dele na minha direção. "Pôdo domí?" Puxo-o para mim e ficamos aninhados debaixo da manta felpuda, eu finjo que durmo enquanto ele brinca com os dedos na minha cara e boca, faz-me festinhas e olha-me com um ar enternecedor que quero gravar no fundo da memória, juntamente com o calor do corpo cada vez menos pequenino mas ainda tão doce, e o cheiro dos caracóis de ouro que me fazem cócegas no nariz. Ficamos assim quase uma hora, até começarmos a ouvir o granizo a bater com força na janela, ele levanta a cabeça intrigado, eu afasto o cortinado e empoleiro-o nas costas do sofá, seguro-o junto a mim e ficamos os dois a olhar pelo vidro enquanto as pequenas bolas de gelo saltitam no parapeito.
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Eu não disse...
... que havia de encontrar o meu biker jacket no OLX?
(É da ASOS, chegou hoje e serve na perfeição.)
(É da ASOS, chegou hoje e serve na perfeição.)
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
domingo, 25 de janeiro de 2015
sábado, 24 de janeiro de 2015
Aperfeiçoar a "técnica"
A A. convidou-me para fotografar mais um workshop de cozinha vegetariana, desta vez com tortilha sem ovos e uma paella de cogumelos com morçela vegetariana e algas arame (aprendi que se lê aramê) deliciosa. Aceitei claro, aprendo sempre receitas maravilhosas (mas confesso que raramente as faço em casa) e acima de tudo, aprendo a fotografar melhor. Desta vez notei que quase não tive de fazer edição de imagem, aqueles retoques finais para tornar uma foto mais clara, ou para recortar aquele canto que vai desviar a atenção do motivo principal da foto. Quase não tive de fazer nada, e isto para quem tirou todas as fotos numa sala fechada, com luz artificial, com as pessoas a moverem-se e sem flash... já é motivo de orgulho.
Ultimamente fizeram-me pensar com mais insistência nesta coisa da vocação, do que eu gostaría de ser quando fosse grande, que agora é mais se e quando não tiver o luxo de um emprego fixo e estável. E cada vez mais me convenço que a resposta sería a fotografia.
Ultimamente fizeram-me pensar com mais insistência nesta coisa da vocação, do que eu gostaría de ser quando fosse grande, que agora é mais se e quando não tiver o luxo de um emprego fixo e estável. E cada vez mais me convenço que a resposta sería a fotografia.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
domingo, 18 de janeiro de 2015
Agridoce
Levámos Peter Pan pela primeira vez à Serra num dos mais maravilhosos dias que me lembro de ter visto lá em cima (e foram tantos...) Calçámos-lhe as botas de borracha e soltámo-lo num manto branco macio, onde ele se enterrava até aos joelhos, aos tropeções. O riso dele encheu-me de uma sensação de alívio e de paz. Ele pouco se importou com o frio cortante da neve nas mãos molhadas, só queria agarrar bocados fofos para atirá-los ao ar, só queria andar e olhar à volta deslumbrado com tanto branco luminoso. E naqueles olhos de menino feliz vi toda a minha infância.
Regressar à Serra que será sempre tua é reviver todas as viagens que fizémos (quando ainda não havia auto-estrada e parávamos sempre no mesmo restaurante, aquele que só servia canja e frango assado), todas as queimaduras de pele que apanhei por causa do gelo (sem me importar), todas as brincadeiras com a família que só viamos nessas alturas, todo o orgulho com que nos mostravas os teus lugares preferidos, e a alegria com que voltavas sempre à tua terra, aquela que te viu nascer e que te acolhe agora, porque mesmo que nunca tenhas chegado a dizê-lo em voz alta, nós sabíamos que não havia nenhum outro lugar onde gostasses de ficar para sempre.
Voltar à tua Serra é saber de novo o que perdi há quase cinco anos, mas também lembrar-me de tudo o que me deixaste, a magia das memórias que está gravada neste manto branco que me comove de todas as vezes que o vejo. E prometo que vou passar ao teu neto esta magia, que vou nadar com ele nas lagoas no verão e empurrá-lo num trenó no inverno, que vou mostrar-lhe a tua Serra e dar-lhe momentos de felicidade que ele possa guardar e reviver com o carinho que agora sinto.
Regressar à Serra que será sempre tua é reviver todas as viagens que fizémos (quando ainda não havia auto-estrada e parávamos sempre no mesmo restaurante, aquele que só servia canja e frango assado), todas as queimaduras de pele que apanhei por causa do gelo (sem me importar), todas as brincadeiras com a família que só viamos nessas alturas, todo o orgulho com que nos mostravas os teus lugares preferidos, e a alegria com que voltavas sempre à tua terra, aquela que te viu nascer e que te acolhe agora, porque mesmo que nunca tenhas chegado a dizê-lo em voz alta, nós sabíamos que não havia nenhum outro lugar onde gostasses de ficar para sempre.
Voltar à tua Serra é saber de novo o que perdi há quase cinco anos, mas também lembrar-me de tudo o que me deixaste, a magia das memórias que está gravada neste manto branco que me comove de todas as vezes que o vejo. E prometo que vou passar ao teu neto esta magia, que vou nadar com ele nas lagoas no verão e empurrá-lo num trenó no inverno, que vou mostrar-lhe a tua Serra e dar-lhe momentos de felicidade que ele possa guardar e reviver com o carinho que agora sinto.
sábado, 17 de janeiro de 2015
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Momento (CCLXXXIX)
Peter Pan pega-me na mão e leva-me para a sala. Aponta para o pufe e diz "vamo domí?". Deito-me com ele aninhado no colo, a cabeça encostada no meu ombro, os olhos fixos nos meus, como se estivesse a estudar-me as feições, como se estivesse a ver-me pela primeira vez.
Depois segura a minha cara nas mãos papudas e macias, e puxa-a para ele, até os meus lábios tocarem na bochecha deliciosa. Pede-me beijos sem uma palavra, e eu dou, muitos, imensos, num carinho sentido que me enche a alma depois de um dia esgotante, num tempo que é só nosso em cada final de tarde e que me dá forças para o dia seguinte. Todos os dias.
Depois segura a minha cara nas mãos papudas e macias, e puxa-a para ele, até os meus lábios tocarem na bochecha deliciosa. Pede-me beijos sem uma palavra, e eu dou, muitos, imensos, num carinho sentido que me enche a alma depois de um dia esgotante, num tempo que é só nosso em cada final de tarde e que me dá forças para o dia seguinte. Todos os dias.
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
O meu novo melhor amigo
O OLX tem sido uma agradável surpresa, só esta semana já descobri (e já recebi) as botas e o trench-coat que andava à procura há tempos infindos.
E o melhor de tudo... a um terço do preço. Algum dia sou capaz de apanhar uma banhada daquelas (ainda por cima, pago antecipadamente), mas até agora tem sempre corrido tudo bem, as pessoas são sérias e enviam os produtos direitinho, e correspondem mesmo ao que estava anunciado.
(E aposto que também é lá que vou encontrar o biker jacket preto...).
E o melhor de tudo... a um terço do preço. Algum dia sou capaz de apanhar uma banhada daquelas (ainda por cima, pago antecipadamente), mas até agora tem sempre corrido tudo bem, as pessoas são sérias e enviam os produtos direitinho, e correspondem mesmo ao que estava anunciado.
(E aposto que também é lá que vou encontrar o biker jacket preto...).
domingo, 11 de janeiro de 2015
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
sábado, 3 de janeiro de 2015
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
Momento (CCLXXXVIII)
Passar o dia em pijama, a encher Peter Pan de mimos e a ver o Rei Leão em repeat (e conseguir emociona-me de todas as vezes que vejo a cena da apresentação do Simba).
"The circle of Life"
The Lion Kong OST
"The circle of Life"
The Lion Kong OST
quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
Em jeito de reflexão
Não fiz nenhuma resolução para este novo ano que começa hoje. Talvez porque não há nada na minha vida que queira (ou possa) realmente mudar. E também pouco pedi: saúde e que não morra ninguém que amo. Só isto. Como diz a Catarina, a vida resolve-se sozinha.
2014 ficou marcado irremediavelmente por um carro roubado (na primeira noite do ano), perder a minha mãe e ver o meu marido a ser despedido injustamente (o facto de ter agora uma acta do Tribunal de Trabalho que comprova que o despedimento foi injustificado não apaga os meses de desgaste pesicológico que isso causou). Despedi-me de um ano maldito sem olhar para trás mas com mágoa. Não deixa saudades. Ainda hoje estou para saber como aguentei, como não descambei e me parti em pedaços. Fui buscar forças a uma fé inabalável de que tudo acontece por uma razão. Tudo. E enchi-me de coragem para continuar a viver cada dia pela minha família, pelo meu filho, sempre por ele, pela alegria que me enche o coração em cada sorriso dele.
Acabei o ano em casa da Paula, um jantar calmo de amigos, a lareira acesa, a mesa cheia (tão cheia, credo) e o meu filho a dormir sereno (pelo sim pelo não, este ano até a porra das passas comi...). E se tivesse que formular um desejo para este ano que começa hoje, sería este: os amigos por perto, o ambiente caloroso, a mesa farta e a felicidade do meu filho. Sentir sempre assim o coração quentinho.
Cirque du Soleil
"Alegria"
2014 ficou marcado irremediavelmente por um carro roubado (na primeira noite do ano), perder a minha mãe e ver o meu marido a ser despedido injustamente (o facto de ter agora uma acta do Tribunal de Trabalho que comprova que o despedimento foi injustificado não apaga os meses de desgaste pesicológico que isso causou). Despedi-me de um ano maldito sem olhar para trás mas com mágoa. Não deixa saudades. Ainda hoje estou para saber como aguentei, como não descambei e me parti em pedaços. Fui buscar forças a uma fé inabalável de que tudo acontece por uma razão. Tudo. E enchi-me de coragem para continuar a viver cada dia pela minha família, pelo meu filho, sempre por ele, pela alegria que me enche o coração em cada sorriso dele.
Acabei o ano em casa da Paula, um jantar calmo de amigos, a lareira acesa, a mesa cheia (tão cheia, credo) e o meu filho a dormir sereno (pelo sim pelo não, este ano até a porra das passas comi...). E se tivesse que formular um desejo para este ano que começa hoje, sería este: os amigos por perto, o ambiente caloroso, a mesa farta e a felicidade do meu filho. Sentir sempre assim o coração quentinho.
Cirque du Soleil
"Alegria"
Isto tem de ficar registado
E no primeiro dia de 2015, Peter Pan cagou no bacio pela primeira vez. E ficou com cara de espantado a olhar para o cocó, a apontar e a perguntar "é meu?"
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