Gosta de comboios (chama-lhes "tutu"), e fica estarrecido a olhar para motas e bicicletas. Gosta de colo e beijos no queixo, tem muitas cócegas na barriga, nos pés e atrás dos joelhos. Não é aventureiro nem destemido, pede a nossa mão quando anda em terrenos desconhecidos e ganhou medo aos cães, gosta de vê-los, mas ao longe. Adora kivis, bananas, uvas, e ultimamente pêssegos, e sabe pedir exatamente o que quer, quando lhe perguntamos que fruta vai comer. Prefere a fruta descascada mas inteira, para poder agarrá-la com as duas mãos. É louco por gelatina e gelados (se fôr corneto, tanto melhor). Prefere livros e jogos de madeira em vez de brinquedos, mas já vai pegando em camiões de brincar que empurra pelo chão. Aponta corretamente todos os animais e frutos e objetos dos livros, depois de lhe lermos uma ou duas vezes. Adora ver o "Bairro do Panda" e por isso temos todos os episódios gravados. É o seu momento de relaxamento ao final da tarde: chegar a casa e pedir a chucha (na rua já não a usa) e sentar-se ao nosso colo a ver um episódio, enquanto remexe um dedo entre os nossos lábios (uma enfermeira um dia disse-nos "ele está a dar-vos chucha também"). Começou há pouco tempo a não querer ir tomar banho, e arranja todas as estratégias para adiar a coisa, faz gracinhas e põe-se a dançar todo nu, para lhe acharmos graça. Faz caretas e "olhinhos" e ri-se muito sozinho, quando quer chamar a atenção. Porta-se muito bem à mesa, para espanto das pessoas que o vêm assim sentado e sossegado sempre que vamos a um restaurante. Ainda não tive de lidar com nenhuma birra num local público, e as que acontecem em casa também são raras. Adora balões mas fica aflito sempre que um rebenta, não porque se assuste com o barulho, mas porque perdeu um objeto querido e fica com os destroços na mão, a chorar desconsolado até conseguirmos distrai-lo com outra coisa. Tem uns olhos azuis que enfeitiçam toda a gente que se cruza com ele, e de vez em quando ainda é confundido com uma menina (mesmo com calções e boné). Gosta de dormir com chucha, agarrado a uma fralda de pano e ao seu panda do peluche que o pai lhe deu. E ainda adormece ao colo, mais por mimo de mãe, que não consigo prescindir daqueles dez minutos em que posso cheirar-lhe a pele macia e afagar-lhe os caracóis, e ele volta a ser só meu.
(O Amor, este que sinto, continua a ser infinitamente maior que as palavras que me faltam na emoção de vê-lo crescer.)
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