Quero que Peter Pan tenha memórias felizes de infância, rituais que se repitam e que ele recorde com um sorriso daqui a muitos anos, tradições que se mantenham até ele querer, enquanto não começar a achar a presença dos pais como uma seca descomunal. Uma delas é celebrar o dia do aniversário dele só a três. Seja qual fôr o dia da semana, tiramos férias e fazemos um programa diferente, algo só nosso. Este ano acordámos e depois de encher o nosso pequeno Buda de beijos e abraços, e de lhe oferecermos livros, decidimos levá-lo ao Portugal dos Pequenitos. Pensei que ele não ía ligar muito, porque sinceramente acho que só os adultos podem realmente apreciar todos os pormenores replicados nas casas típicas e nos monumentos feitos à escala, um trabalho notável para ser visto com calma, como quem visita um museu. Mas afinal ele adorou entrar e sair pelas portas onde se sentia grande e até baixava a cabeça com medo de bater com a testa, e delirou andar no comboio e comer um gelado. Andou todo contente até o sono o vencer e começar a ficar com uma birra compreensível para quem não tinha dormido a sesta sagrada. Mas via-se que estava feliz, e só isso importa.
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