Festejamos o aniversário do meu sogro na praia. Peter Pan delirante com as ondas, encharcado até aos ossos, mas sem querer arredar pé da água (até começar a tremer e ser trazido ao colo e sem vontade). Almoçamos numa esplanada em frente à praia, deixamos o pequeno buda comer massa com as mãos e besuntar-se com a tinta dos chocos grelhados, até as pessoas das mesas à volta nos sorriem de o ver assim todo chafurdado (houve até um senhor que lhe disse "pareces o Batman"). Dormimos uma sesta à sombra dos guarda-sóis (três, que isto é gente prevenida e que já não tem idade para apanhar escaldões), embalados pelo som das ondas. Respiro fundo várias vezes, e penso na falta que me faz o mar, a areia, o sal na pele, como sou tão mais feliz ali, e volta o sonho de viver junto ao mar, volta sempre, cada vez com mais força, pela falta que o mar me faz.
Já em casa, damos gelado ao Peter Pan pela primeira vez, e depois de algumas caretas e arrepios do frio, foi vê-lo a devorar gelado de chocolate com a colher e com as mãos, numa javardice pegada que nem tive coragem de criticar ou tentar impedir, tal o ar deliciado dele (cada vez dou mais razão aos senhores que inventaram aquele slogan do "É bom sujar-se", as alturas em que vejo o meu filho mais feliz é quando está sujo e encardido até às orelhas).
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