"Passou tudo tão depressa / nunca te falei de mim / o que digo não importa / o que sinto talvez sim."
segunda-feira, 30 de junho de 2014
domingo, 29 de junho de 2014
sábado, 28 de junho de 2014
sexta-feira, 27 de junho de 2014
Outra primeira vez
E com quase dois anos, Peter Pan cortou o cabelo pela primeira vez. A franja ía eu aparando em casa, mas até agora não tínhamos tido coragem de lhe cortar os caracóis louros de anjo querubim, canudos que se amontoavam numa juba de leão de fazer inveja. Mas tanto cabelo já se estava a tornar pesado e com o calor ele suava imenso.
Pedi à cabeleireira (implorei, vá...) para lhe desbastar o cabelo mas deixar ficar os caracóis, e ela cumpriu. Ficou com um ar mais arrapazado, e muito mais leve.
Pedi à cabeleireira (implorei, vá...) para lhe desbastar o cabelo mas deixar ficar os caracóis, e ela cumpriu. Ficou com um ar mais arrapazado, e muito mais leve.
quarta-feira, 25 de junho de 2014
terça-feira, 24 de junho de 2014
Amor ao primeiro acorde*
Mariza
"O Tempo Nao Para"
* Ou O melhor do meu dia foi conduzir até casa, ao final do dia, a ouvir esta voz e a sentir a brisa fresca nos cabelos.
"O Tempo Nao Para"
* Ou O melhor do meu dia foi conduzir até casa, ao final do dia, a ouvir esta voz e a sentir a brisa fresca nos cabelos.
segunda-feira, 23 de junho de 2014
domingo, 22 de junho de 2014
Outras famílias
A ideia era gira: fazer um encontro de famílias numerosas da zona, com peddypaper (saltei esta parte, não é o meu forte...) almoço-piquenique, insufláveis, teatro e atividades para a criançada toda. O espaço escolhido era o ideal, um parque relvado lindo junto a um lago com patos (não é por ser da terra, é mesmo lindo). E lá fomos nós, que não somos (nem queremos ser) uma família numerosa, porque temos amigos que são (a partir do terceiro filho já conta) e fomos muito bem recebidos num encontro de quatorze famílias onde estavam... setenta crianças...
Chegámos à hora do almoço para nos safarmos das atividades da manhã, sentámo-nos nas mesas corridas debaixo do telheiro, espalhámos os petiscos e bebidas e fomos comendo enquanto os putos corriam soltos e à vontade. Até ter começado a chover a potes. Toca de abrigar toda a gente debaixo do telheiro e ver o J. feliz e descontraído a saltar dentro das poças de água. O resto da tarde foi passado com os movimentos dos mais pequenos assim condicionados, mas nada que umas caixas de chocolates e muitos balões não resolvam.
Peter Pan comeu o seu primeiro bolicao e enfiou os pés numa poça de água (nem o L. dormia descansado se o puto não tivesse essa experiência tão importante para a vida...).
E no meio de tantas crianças de todas as idades, o que mais me impressionou foi não ter ouvido uma birra, nem gritos histéricos, nem brigas ou puxões de cabelos. Todas aquelas crianças sabiam partilhar e brincar com as outras, eram desenrascadas e educadas; e ajudavam-se mutuamente. Não vi crianças mimadas (no mau sentido) nem amuos, e de certeza que isso tem a ver com a partilha e cumplicidade que só os irmãos conhecem e compreendem.
Chegámos à hora do almoço para nos safarmos das atividades da manhã, sentámo-nos nas mesas corridas debaixo do telheiro, espalhámos os petiscos e bebidas e fomos comendo enquanto os putos corriam soltos e à vontade. Até ter começado a chover a potes. Toca de abrigar toda a gente debaixo do telheiro e ver o J. feliz e descontraído a saltar dentro das poças de água. O resto da tarde foi passado com os movimentos dos mais pequenos assim condicionados, mas nada que umas caixas de chocolates e muitos balões não resolvam.
Peter Pan comeu o seu primeiro bolicao e enfiou os pés numa poça de água (nem o L. dormia descansado se o puto não tivesse essa experiência tão importante para a vida...).
E no meio de tantas crianças de todas as idades, o que mais me impressionou foi não ter ouvido uma birra, nem gritos histéricos, nem brigas ou puxões de cabelos. Todas aquelas crianças sabiam partilhar e brincar com as outras, eram desenrascadas e educadas; e ajudavam-se mutuamente. Não vi crianças mimadas (no mau sentido) nem amuos, e de certeza que isso tem a ver com a partilha e cumplicidade que só os irmãos conhecem e compreendem.
sábado, 21 de junho de 2014
Um dia feliz é isto
Reencontramos uma família que já foi nossa mas que não víamos há quase dois anos. Uma mesa cheia num alpendre. Uma manta no chão coberta de brinquedos. Cozido à portuguesa para o almoço. Caracóis para o lanche. Um tanque de água límpida para os putos (onde a água nos chega aos joelhos, para eles é uma piscina olímpica).
Um dia cheio de animação e sem sestas, que nos deixou a todos de rastos mas de almas sorridentes.
sexta-feira, 20 de junho de 2014
Masterpiece
Esteve quase um ano abandonada no fundo do cesto das lãs, mas finalmente acabei-a. A manta de Peter Pan demorou uma eternidade a fazer, mas ficou linda, a mais amorosa que consegui até hoje. Tem o tamanho certo para aquecê-lo e aconchegá-lo nas noites frias de inverno, e vai acompanhá-lo até à altura de ele começar a ter vontade própria e a torcer o nariz a "coisas fofinhas".
quarta-feira, 18 de junho de 2014
Pequenos pormenores
Fiz etiquetas novas para os frascos de especiarias. Comprei pegas e uma luva nova e enchi frascos com frutos secos e sementes. Assei pela primeira vez batata-doce e abóbora, com mel e alecrim, e adorei. Experimentei gengibre e agora não quero outra coisa. Faço acompanhamentos de bróculos, couves cortadas em juliana ou espinafres salteados, e saladas de massa com fruta, nozes e hortelã. Já cozinho tofu de vez em quando, e faço uns hamburgueres de tremoço e grão ou lentilhas deliciosos.
(Aos poucos, cozinhar vai deixando de ser só uma obrigação)
(Aos poucos, cozinhar vai deixando de ser só uma obrigação)
segunda-feira, 16 de junho de 2014
domingo, 15 de junho de 2014
Fazer(-nos felizes)
Uma água das pedras e uma esplanada à sombra para o L.
Uma caixa de cerejas pretas e carnudas para mim.
Um gelado, um xilofone de madeira e motas para Peter Pan (motas não, filho, pl'amordasanta... motas não...)
Uma caixa de cerejas pretas e carnudas para mim.
Um gelado, um xilofone de madeira e motas para Peter Pan (motas não, filho, pl'amordasanta... motas não...)
sábado, 14 de junho de 2014
Momentos (CCLXIX)
Festejamos o aniversário do meu sogro na praia. Peter Pan delirante com as ondas, encharcado até aos ossos, mas sem querer arredar pé da água (até começar a tremer e ser trazido ao colo e sem vontade). Almoçamos numa esplanada em frente à praia, deixamos o pequeno buda comer massa com as mãos e besuntar-se com a tinta dos chocos grelhados, até as pessoas das mesas à volta nos sorriem de o ver assim todo chafurdado (houve até um senhor que lhe disse "pareces o Batman"). Dormimos uma sesta à sombra dos guarda-sóis (três, que isto é gente prevenida e que já não tem idade para apanhar escaldões), embalados pelo som das ondas. Respiro fundo várias vezes, e penso na falta que me faz o mar, a areia, o sal na pele, como sou tão mais feliz ali, e volta o sonho de viver junto ao mar, volta sempre, cada vez com mais força, pela falta que o mar me faz.
Já em casa, damos gelado ao Peter Pan pela primeira vez, e depois de algumas caretas e arrepios do frio, foi vê-lo a devorar gelado de chocolate com a colher e com as mãos, numa javardice pegada que nem tive coragem de criticar ou tentar impedir, tal o ar deliciado dele (cada vez dou mais razão aos senhores que inventaram aquele slogan do "É bom sujar-se", as alturas em que vejo o meu filho mais feliz é quando está sujo e encardido até às orelhas).
quinta-feira, 12 de junho de 2014
Atiçar a chama
Tenho saudades de estar grávida. De ter uma barriga redonda e sentir-me a mulher mais bonita do mundo.
Tenho saudades de pegar a medo em três quilos de gente e sentir o cheiro inconfundível de bebé de leite. Porque os meus braços ficam cada dia mais pequenos para envolver os treze quilos de gente que pede "cóio".
Tenho saudades de ouvir os barulhinhos e miados gemidos dos primeiros dias de vida. Porque o meu amor pequenino (será sempre o meu amor pequenino...) tem voz grossa e já não se cala um segundo, refila e faz queixinhas e pede o que quer numa linguagem que ganha novas palavras a cada dia, cada vez mais específicas, cada vez mais perfeitas.
Tenho saudades de ver as expressões faciais de um ser que parece que aterrou de repente noutro planeta, e para quem tudo é novo e fascinante e assustador. De vê-lo a tentar fixar o olhar, a descobrir as mãos e os pés, os sons e a luzes.
Tenho saudades de sentir uma mão minúscula a agarrar-me o dedo com força, porque agora as mãos papudas do meu filho servem para dar palmadas e espalhar comida pelo chão.
Até agora, tenho vivido cada fase de crescimento e desenvolvimento de Peter Pan com um deslumbramento assombrado e orgulhoso, e vê-lo crescer assim, saudável e bem-disposto, é a maior benção que podería ter pedido. Tenho aproveitado cada nova descoberta e cada nova habilidade, dou por mim parada às vezes só a observá-lo, a ver como se move, para onde olha, do que gosta.
Mas já tenho saudades de começar tudo de novo.
Tenho saudades de pegar a medo em três quilos de gente e sentir o cheiro inconfundível de bebé de leite. Porque os meus braços ficam cada dia mais pequenos para envolver os treze quilos de gente que pede "cóio".
Tenho saudades de ouvir os barulhinhos e miados gemidos dos primeiros dias de vida. Porque o meu amor pequenino (será sempre o meu amor pequenino...) tem voz grossa e já não se cala um segundo, refila e faz queixinhas e pede o que quer numa linguagem que ganha novas palavras a cada dia, cada vez mais específicas, cada vez mais perfeitas.
Tenho saudades de ver as expressões faciais de um ser que parece que aterrou de repente noutro planeta, e para quem tudo é novo e fascinante e assustador. De vê-lo a tentar fixar o olhar, a descobrir as mãos e os pés, os sons e a luzes.
Tenho saudades de sentir uma mão minúscula a agarrar-me o dedo com força, porque agora as mãos papudas do meu filho servem para dar palmadas e espalhar comida pelo chão.
Até agora, tenho vivido cada fase de crescimento e desenvolvimento de Peter Pan com um deslumbramento assombrado e orgulhoso, e vê-lo crescer assim, saudável e bem-disposto, é a maior benção que podería ter pedido. Tenho aproveitado cada nova descoberta e cada nova habilidade, dou por mim parada às vezes só a observá-lo, a ver como se move, para onde olha, do que gosta.
Mas já tenho saudades de começar tudo de novo.
domingo, 8 de junho de 2014
Quase uma tradição
A "nossa" feira medieval. Para reencontrar amigos e comer crepes salgados. Para ver um bebé carequinha adorável e beber sangria de frutos vermelhos. Para oferecer uma coroa de flores à E. e vê-la andar a cavalo pela primeira vez. Para o Peter Pan poder ver os patos, os cabritos e os dromedários, os pavões, leitões e falcões. Porque as feiras medievais podem ser "todas iguais", mas nesta somos sempre felizes.
sábado, 7 de junho de 2014
quinta-feira, 5 de junho de 2014
Eu não era assim...
Quando tinha praí doze ou treze anos, fomos os três (a mãe, eu e o N.) passar o dia a casa de uma tia para ficar de olho no pintor que lá andava a pintar as paredes, enquanto ela ía trabalhar. O N. andava a correr pela casa toda e de repente raspou com o joelho nos ferrolhos de uma lata de tinta. Raspou não, cortou o joelho até se ver o osso. E nessa altura, enquanto gritava pela minha mãe, ajoelhei-me à frente dele e enrolei-lhe um pano à volta da perna, sem sequer pensar na quantidade de sangue e carne cortada que estava a ver. Não me lembro de ter ficado mal disposta nem à beira do desmaio, reagi sem pensar, acho que é a isto que se chama uma descarga de adrenalina, no momento certo fazemos o que tem de ser feito e pronto.
Uns anos mais tarde, na Serra, o N. (realmente, o meu irmão é uma enciclopédia de desastres caseiros...) lembrou-se de ir cortar presunto com uma faca novinha em folha (e bem afiada...). Resultado, um corte num dedo que lhe deixou um bocado pendurado, quase a cair. Também nessa altura não me lembro de ter tido nenhuma tontura ou náusea. (Ainda há aquela história de ele ter ficado com um dente de outro puto espetado na testa, a jogar futebol, os dois a tentar chegar de cabeça à bola, mas por alma de quem é que o outro ía de boca aberta?...)
Acabei de fazer um corte num dedo, nada de especial mas arrancou uma lasca de carne, sangue a escorrer sem parar, pressionar com força e enrolar em gaze (algodão não, que depois agarra-se à ferida e para arrancar é um martírio - palavra de N.) esperar um pouco e tirar para ver como está. Voltar a ver o sangue a escorrer e começar a ficar nervosa, "mas isto não pára porquê?", o L. a despejar-me água oxigenada para cima do dedo "isto não arde nada" (camelo, hás-de pagá-las...) e a enrolar mais gaze, eu a olhar para o lavatório raiado de vermelho vivo e a começar a ver tudo desfocado, uma náusea, sentar-me para não cair, respirar fundo para não desmaiar.
(Estou feita uma mariquinhas...)
Uns anos mais tarde, na Serra, o N. (realmente, o meu irmão é uma enciclopédia de desastres caseiros...) lembrou-se de ir cortar presunto com uma faca novinha em folha (e bem afiada...). Resultado, um corte num dedo que lhe deixou um bocado pendurado, quase a cair. Também nessa altura não me lembro de ter tido nenhuma tontura ou náusea. (Ainda há aquela história de ele ter ficado com um dente de outro puto espetado na testa, a jogar futebol, os dois a tentar chegar de cabeça à bola, mas por alma de quem é que o outro ía de boca aberta?...)
Acabei de fazer um corte num dedo, nada de especial mas arrancou uma lasca de carne, sangue a escorrer sem parar, pressionar com força e enrolar em gaze (algodão não, que depois agarra-se à ferida e para arrancar é um martírio - palavra de N.) esperar um pouco e tirar para ver como está. Voltar a ver o sangue a escorrer e começar a ficar nervosa, "mas isto não pára porquê?", o L. a despejar-me água oxigenada para cima do dedo "isto não arde nada" (camelo, hás-de pagá-las...) e a enrolar mais gaze, eu a olhar para o lavatório raiado de vermelho vivo e a começar a ver tudo desfocado, uma náusea, sentar-me para não cair, respirar fundo para não desmaiar.
(Estou feita uma mariquinhas...)
quarta-feira, 4 de junho de 2014
Fazer asneira
Quem me manda a mim armar-me em esperta e tentar mudar o template todo do blog? Não gostei de ver, voltei atrás, mudei só o fundo para ficar mais alegre, mas acabei de apagar toda a lista de blogs aqui do lado (santa paciência...).
terça-feira, 3 de junho de 2014
segunda-feira, 2 de junho de 2014
domingo, 1 de junho de 2014
Momento (CCLXVI)
O primeiro Dia da Criança de Peter Pan foi passado no hospital. E talvez por essa lembrança, queríamos que este ano o dia fosse realmente especial. Começou logo com o delírio de uma volta de bicicleta com o pai (alguém me arranje um desfribilhador...) e seguiu com um piquenique no parque, com tudo a que tínhamos direito, mantas e almofadas na relva, um lago lamacento para os putos sujarem os pés, uma geleira cheia de cerveja, limonada com hortelã, muitas bolas para brincar, muita fruta fresca e batatas fritas mergulhadas em molhos.
Um dia feliz, sem presentes nem horários, com amigos e na natureza. Não podíamos ter imaginado melhor.
Um dia feliz, sem presentes nem horários, com amigos e na natureza. Não podíamos ter imaginado melhor.
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