"Passou tudo tão depressa / nunca te falei de mim / o que digo não importa / o que sinto talvez sim."
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
Momento (CCXLVIII)
Almoçar com o irmão e a avó. Comprovar (mais uma vez) que ele tem um coração mole e os sentimentos à flor da pele. Recusou uma proposta de trabalho. Porque tería de sair de Portugal. Porque tería de estar três meses longe da família. Sem ver os filhos ao final do dia. Somos tão parecidos. E tão marcados pela mesma infância. Sabemos o que é ter um pai emigrante. O que foi vê-lo de seis em seis meses. A alegria de cada reencontro no aeroporto (quando os voos chegavam com quatro horas de atraso, no minimo). A tristeza de cada despedida em casa (porque a mãe se recusava a leva-lo ao aeroporto). Pensamos que são só memórias. Mas deixam marcas. Como as que vimos hoje nos olhos um do outro. Somos tão parecidos. E o dinheiro não paga tudo.
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
Me-do
- Hoje o J. deu-me um teste para determinar a probabilidade de eu ser um psicopata. O resultado dele foi 19%. O meu foi de 65%...
Momento (CCXLVII)
Fazer festas nas mão gorduchas de Peter Pan, sentir-lhe a pele quente e macia enquanto ele me faz festinhas na cara e barulhos deliciosos a chuchar. E aquele tempo que é só dele passou a ser o meu final de dia, a minha descompressão, o nosso ritual. Mesmo que não tivesse havido mais nenhuma razão para sorrir hoje, este será sempre o melhor do meu dia, todos os dias.
Momento (CCXLVI)
Sentir uma pontinha de orgulho por saber que me querem a chefiar um departamento - apesar de estar for de questaõ, ja me bastaram três anos a trabalhar com uma besta, e agora que finalmente tenho um chefe de sonho que sabe a diferença entre autoridade e autoritarismo (e por isso mesmo é respeitado e atendido, sem precisar sequer de levantar a voz), percebo que há coisas que o dinheiro naõ compra. E paz de espirito é uma delas.
(O teclado está a morrer aos bocadinhos. Primeiro foi a tecla do "a" que deixou de funcionar. Tenho de copiar a letra e cola-la uma a uma, para mal dos meus pecados. Agora foram os acentos...).
(O teclado está a morrer aos bocadinhos. Primeiro foi a tecla do "a" que deixou de funcionar. Tenho de copiar a letra e cola-la uma a uma, para mal dos meus pecados. Agora foram os acentos...).
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
Os macacos venceram...
... e fui mesmo a uma urgência ao hospital. O enfermeiro da triagem depois de me medir a tensão arterial (está boa) e de me pôr aquela coisa no dedo para ver a saturação de oxigénio no sangue (100%) pergunta-me se tenho andado nervosa. Sinceramente, que eu notasse, não, mas este início de ano não foi o melhor, eu não me manifesto mas isto tudo tem de sair por algum lado, aqui há uns anos começou-me a cair o cabelo de tal modo que fiquei com peladas do tamanho de bolas de golfe, desta vez o meu corpo queixou-se de outra forma, mais visível para chamar bem a atenção.
Um raio-x, duas injecções intra-musculares (que doem comó raio...) e uma dose de aerossóis. Diagnóstico de broncoespasmo "às vezes acontece". Uma bomba inaladora e um antibiótico. E está feita a festa. Não curou totalmente os sintomas mas acalmou os meus medos (já estava a fazer filmes com asma e afins...).
E no meio disto tudo, e depois de nos últimos dias ter assistido a relatos de tempos de espera nas urgências de hospitais de sete a dez horas, só posso dizer que, desde o momento que passei a porta de entrada das urgências até ao momento em que entrei de novo no carro para ir para casa, passaram exactamente duas horas e dez minutos. E que o médico foi ter comigo à sala de tratamentos, onde eu estava a fazer os aerossois, só para me dizer que já tinha visto o meu raio-x e que não tinha nada de especial.
(Suspiro... profundo).
(Suspiro... profundo).
sábado, 25 de janeiro de 2014
Novos rituais*
Costumo ler o blog The busy woman and the stripy cat pelas dicas de organização, veio daí a minha inspiração para destralhar, e agora para seguir dois novos rituais matinais: o copo de água com limão e a lavagem nasal com água do mar (a ideia de bochechar com óleo não me convence). Para já a única diferença que noto é que já não tenho o nariz entupido tantas vezes como era costume, e a renite alérgica tem dado tréguas.
Ah, e também por causa deste blog comecei a "meditar"... pelo menos comecei a sentar-me quieta, de olhos fechados, num espaço silencioso e com pouca luz, durante dez minutos. A ideia é simplesmente "estar" e concentrar-me na respiração, mas o turbilhão de ideias que me vêm à cabeça de minuto a minuto ainda não me permite chamar-lhe meditação.
"Queres começar a meditar? Amanhã acorda um pouco mais cedo, senta-te confortavelmente, marca 10 minutos no telemóvel, fecha os olhos e foca-te na respiração. Observa a tua respiração. Não te agarres aos pensamentos que vêm à cabeça e volta à respiração sempre que te distraíres. É normal os pensamentos surgirem, por isso não te incomodes com eles. Volta à respiração sempre que acontecer. Vais ver que os 10 minutos passam em menos de nada e quando abrires os olhos vais sentir-te outra!"
* Ou Pelo menos estou a tentar...
Ah, e também por causa deste blog comecei a "meditar"... pelo menos comecei a sentar-me quieta, de olhos fechados, num espaço silencioso e com pouca luz, durante dez minutos. A ideia é simplesmente "estar" e concentrar-me na respiração, mas o turbilhão de ideias que me vêm à cabeça de minuto a minuto ainda não me permite chamar-lhe meditação.
"Queres começar a meditar? Amanhã acorda um pouco mais cedo, senta-te confortavelmente, marca 10 minutos no telemóvel, fecha os olhos e foca-te na respiração. Observa a tua respiração. Não te agarres aos pensamentos que vêm à cabeça e volta à respiração sempre que te distraíres. É normal os pensamentos surgirem, por isso não te incomodes com eles. Volta à respiração sempre que acontecer. Vais ver que os 10 minutos passam em menos de nada e quando abrires os olhos vais sentir-te outra!"
* Ou Pelo menos estou a tentar...
Momento (CCXLV)
Da janela do carro, ver os campos cobertos de flores silvestres brancas e amarelas, iluminados pelo sol quente da manha.
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Momento (CCXLIV)
A porta da ama abre-se e Peter Pan lança-se nos meus braços, aventurando-se a andar sozinho, de riso solto por mais uma conquista.
(E o meu orgulho nao tem fim...)
(E o meu orgulho nao tem fim...)
Estou a ficar hipocondríaca
Há uns meses atrás tive a primeira crise de sinusite e disse mal da minha vidinha toda. Comparada com as renites alérgicas habituais, isto foi uma autêntica tortura e compreendi (da pior forma) o que o meu irmão sofreu durante anos. As dores de cabeça e nos maxilares eram tantas que eu enfiei na cabeça que tinha um dente do siso a tentar sair, só isso podia justificar dores tão fortes que parecia que a minha cara ía rebentar. Só descansei quando fui ao dentista e, depois de me examinar a boca toda e fazer um raio-x, me disse com ar de vá-mas-é-para-casa-que-isso-passa "você já não tem nenhum dente do siso (não sei se estava a insinuar alguma coisa...), nem sequer uma cárie tem". Um dia e 35 euros depois, a crise começou a atenuar e as dores a desaparecer naturalmente.
Há dois ou três dias comecei a sentir falta de ar. Não é bem falta de ar, é só uma necessidade de inspirar profundamente, porque me parece que não entra ar suficiente. E tento bocejar mas não consigo, o gesto fica a meio e não entra o ar todo que devia, e inconscientemente volto a abrir a boca para deixar entrar ar, muito ar.
Como ainda me lembro dos 35 euros estourados no dentista, antes de ir a correr para as urgências do hospital fui ao Dr. Google pesquisar todas as possíveis doenças que posso ter, e acabei com uma lista que inclui cansaço extremo, hiperventilação causada por ataque de ansiedade, anemia, doença respiratória ou problema cardíaco (nice...). Pus de parte as duas últimas por uma questão de sanidade mental, fui à farmácia e comprei Valdispert e um suplemento vitamínico com ferro e ácido fólico. Agora é esperar que façam efeito e que eu deixe de dar bananas aos macaquinhos no sotão.
Há dois ou três dias comecei a sentir falta de ar. Não é bem falta de ar, é só uma necessidade de inspirar profundamente, porque me parece que não entra ar suficiente. E tento bocejar mas não consigo, o gesto fica a meio e não entra o ar todo que devia, e inconscientemente volto a abrir a boca para deixar entrar ar, muito ar.
Como ainda me lembro dos 35 euros estourados no dentista, antes de ir a correr para as urgências do hospital fui ao Dr. Google pesquisar todas as possíveis doenças que posso ter, e acabei com uma lista que inclui cansaço extremo, hiperventilação causada por ataque de ansiedade, anemia, doença respiratória ou problema cardíaco (nice...). Pus de parte as duas últimas por uma questão de sanidade mental, fui à farmácia e comprei Valdispert e um suplemento vitamínico com ferro e ácido fólico. Agora é esperar que façam efeito e que eu deixe de dar bananas aos macaquinhos no sotão.
Juntar ideias
Preciso de um novo candeeiro para a sala. A bem dizer, sempre precisei, porque depois de doze anos e dois candeeiros diferentes, continuo a olhar para o tecto com aquela sensação de desconsolo de quem ainda não encontrou o que queria, e por isso qualquer coisa que lá ponha vai ser sempre medíocre.
Há uns tempos encontrei duas fotos numa revista de decoração que me deram um momento Aha!
Era mesmo aquilo que eu queria para a sala: de um único ponto no tecto saíam três correntes, e com a ajuda de camarões presos ao tecto em três direcções diferentes, cada uma tinha pendurado um candeeiro (não necessariamente iguais). Lindo.
Adoro a ideia das lâmpadas marroquinas penduradas com correntes, mas também gosto das lanternas de papel de inspiração oriental. Depois de ver estas imagens, qualquer outra opção perdeu toda a graça. Mas agora voltei à carga e preciso mesmo de arranjar uma solução, porque já não aguento olhar para cima e ver o que lá está, tão desengraçado.
(O problema não é o candeeiro. Sou eu...)
Há uns tempos encontrei duas fotos numa revista de decoração que me deram um momento Aha!
Era mesmo aquilo que eu queria para a sala: de um único ponto no tecto saíam três correntes, e com a ajuda de camarões presos ao tecto em três direcções diferentes, cada uma tinha pendurado um candeeiro (não necessariamente iguais). Lindo.
Adoro a ideia das lâmpadas marroquinas penduradas com correntes, mas também gosto das lanternas de papel de inspiração oriental. Depois de ver estas imagens, qualquer outra opção perdeu toda a graça. Mas agora voltei à carga e preciso mesmo de arranjar uma solução, porque já não aguento olhar para cima e ver o que lá está, tão desengraçado.
(O problema não é o candeeiro. Sou eu...)
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
Colecionar
Com um ano e meio Peter Pan ainda tem medo de andar sozinho, mas fala pelos cotovelos, discursos completos de dedo apontado no ar e sobrolho franzido.
Daqui a uns anos vou ter tantas saudades de ouvir-lhe as primeiras palavras trapalhonas mas cheias de intenção:
Poizé
Mãe e Pai (e todas as variações possíveis: papai, mama, mamãe...)
Cocó (é mais crócró...)
Chichi
Já
Já tá
Luz
Papel (é mais papé...)
Chucha (susse...)
Sapato
Cão (ão ão)
Meia (dito na perfeição)
Pois
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Momento (CCXLIII)
Uma colega do L. lembrou-se do nosso gorducho quando viu os rótulos de Nutella no supermercado (lá vamos nós ter de comprar um frasco cá para casa... que chatice...)...
... e um jantar feito à pressa que ficou muito bom...
... e um jantar feito à pressa que ficou muito bom...
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
domingo, 19 de janeiro de 2014
Triste fim
E pronto, acabou a saga do DJ, encontrado neste lindo estado, depois de ter sido usado para roubar uma maquina de tabaco . Pelo menos deixaram a cadeirinha e carro de passeio intactos (cabrões, pá...).
Madrugar
A unica vantagem de acordar com as galinhas (neste caso é mais um galo gorducho...) é ver desenhos animados aninhada no corpo quente e macio de Peter Pan.
Kristen Bell
"Let it go" (Frozen OST)
Kristen Bell
"Let it go" (Frozen OST)
sábado, 18 de janeiro de 2014
Guilty pleasure (IV)
(Quando a imagem é tão ou mais do que a música...)
Katy Perry
"Unconditionally"
"Unconditionally"
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Eu que me comovo com tudo...
.. era gaja para ir comprar um bilhete para o concerto, só por causa desta música...
Beyoncé
"I Was Here"
Beyoncé
"I Was Here"
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
Momento (CCXLII)
Ouvir a voz do rádio a anunciar que a estrada de acesso à Torre está fechada devido à queda de neve, e ficar a sorrir enquanto vejo pela janela o pôr do sol mais límpido deste ano. Porque sería este o teu sorriso se estivesses a ouvir. Sempre um sorriso quando ouvias falar da tua serra.
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
Sina maldita
Já nos convencemos que o DJ não vai aparecer pelo menos durante um mês ou dois, e estava a dar em louca dependente de boleias e sem a mobilidade e autonomia conquistadas aos 18 anos, quando tirei a carta e o meu pai me comprou o meu primeiro carro: um Fiat 127 verde seco, mais velho do que eu e que na autoestrada fazia um barulho tão infernal que era impossível manter uma conversa, mas que me encheu de orgulho pela conquista imensa que significava: a liberdade e a diversão ao rodar a chave (e por mais caquético que fosse, o meu "sapo" não me deixou ficar mal).
O B. ofereceu-se para nos emprestar o jipe dele (um Frontera) até resolvermos a situação, de início recusei, mas percebi o interesse do L. quando insistiu um pouco na proposta: o Frontera não era para mim, era para
ele matar saudades!! Acabei por aceitar porque não estava a ser fácil encontrar um carro barato mas em condições (já dispensei o bonito, já só quero um carro pequeno, que gaste pouco, que não me deixe a pé e que tenha 5 portas).
Á hora do almoço o L. liga-me para ir buscá-lo á porta do restaurante... porque o jipe não pegava (definitivamente, este carro é a nossa Eleanor...).
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
Escrever a alma
No último ano passou-me pela cabeça uma ou duas vezes pôr aqui um FIM e ir embora. Não porque o propósito tivesse mudado, pelo contrário, tenho cada vez mais motivos para registar a beleza dos pequenos nadas, aqueles momentos que podiam passar despercebidos não fossem eles o melhor dos meus dias, o que me faz genuinamente feliz e realizada e grata pela sorte imensa que tenho, por tudo o que Deus põe no meu caminho, o meu Deus, aquele a quem rezo quando me deito, e peço protecção e saúde para a minha família; o meu Deus, aquele que não tem rosto nem aura nem casa oficial nem religião, mas a quem digo baixinho todas as noites "obrigado, obrigado por tudo".
No último ano não escrevi nem metade do que era costume, e a razão é só uma. Voltei a apaixonar-me. Voltei a sentir borboletas na barriga, a ter olhos só para um novo amor. Perdi a inspiração porque o que sentia me bastava para encher o mundo de algodão, esqueci a capacidade de conjugar duas frases seguidas porque toda a atenção e carinho eram dedicados a este novo ser que entrou nas nossas vidas e nos nossos corações, encheu o nosso ar de luz e melodia e mudou para sempre a nosso essência, tornando-nos em algo um bocadinho melhor do que éramos antes (mais pacientes, pelo menos...).
Mas aos poucos esta paixão avassaladora vai dando lugar a um amor sereno e seguro, vai abrindo novos horizontes e permitindo retomar velhos hábitos e criar novas rotinas. Volto a cuidar do meu amor antigo, a procurar o abraço de sempre; volto a ser mulher e amiga, volto a conseguir acabar de ler um livro em poucos dias e ver um filme até ao fim sem adormecer. E volto a ter vontade de escrever.
A verdade é que ando nisto há 6 anos, e o nome impronunciável que entretanto mudei porque já não me dizia nada, sempre serviu para despejar todos os sentimentos inflamados, todas as conversas surreais e pensamentos insólitos (ou só parvos) que não daríam um filme ou um programa de rádio, porque são tão maiores que qualquer ficção; são a verdade, a minha (nossa) realidade gravada em letras e imagens e sons que me embalam e identificam e relembram porque razão eu continuo aqui: para agradecer todos os dias a benção de viver esta vida que adoro.
No último ano não escrevi nem metade do que era costume, e a razão é só uma. Voltei a apaixonar-me. Voltei a sentir borboletas na barriga, a ter olhos só para um novo amor. Perdi a inspiração porque o que sentia me bastava para encher o mundo de algodão, esqueci a capacidade de conjugar duas frases seguidas porque toda a atenção e carinho eram dedicados a este novo ser que entrou nas nossas vidas e nos nossos corações, encheu o nosso ar de luz e melodia e mudou para sempre a nosso essência, tornando-nos em algo um bocadinho melhor do que éramos antes (mais pacientes, pelo menos...).
Mas aos poucos esta paixão avassaladora vai dando lugar a um amor sereno e seguro, vai abrindo novos horizontes e permitindo retomar velhos hábitos e criar novas rotinas. Volto a cuidar do meu amor antigo, a procurar o abraço de sempre; volto a ser mulher e amiga, volto a conseguir acabar de ler um livro em poucos dias e ver um filme até ao fim sem adormecer. E volto a ter vontade de escrever.
A verdade é que ando nisto há 6 anos, e o nome impronunciável que entretanto mudei porque já não me dizia nada, sempre serviu para despejar todos os sentimentos inflamados, todas as conversas surreais e pensamentos insólitos (ou só parvos) que não daríam um filme ou um programa de rádio, porque são tão maiores que qualquer ficção; são a verdade, a minha (nossa) realidade gravada em letras e imagens e sons que me embalam e identificam e relembram porque razão eu continuo aqui: para agradecer todos os dias a benção de viver esta vida que adoro.
domingo, 12 de janeiro de 2014
O melhor do fim de semana (XX)
Um almoço com os amigos de sempre, as conversas de sempre, os risos que já conhecemos tão bem. Ajudar a fazer uma mudança de casa (como quem diz, que eu passei o tempo a evitar que Peter Pan deixasse as mãos gravadas na tinta fresca das paredes, ao melhor estilo "eu estive aqui"). Jantar sopa da pedra e caralhotas (não há pão melhor que este). Os mesmos amigos, os mesmos risos. Ver a Paula tão feliz. Uma sesta de três horas, um prato de moelas e a casa a cheirar a bolo de chocolate e laranja.
sábado, 11 de janeiro de 2014
Querubim
(Ou como diz a P. "era porem-te um vestido cor de rosa e um gancho no cabelo, e ninguém notava a diferença").
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
Destralhar
Para quem não acredita em resoluções de ano novo, esta semana até está a ser fértil em ideias de pequenas mudanças rumo a um objectivo maior: simplificar a casa, a mente, a vida diária. Comecei pelos livros, mas ainda não estou satisfeita, já vi pelo menos mais dez ou quinze que só estão a ganhar pó porque nunca mais vão ser lidos e não fazem falta nenhuma. Só que ao contrário dos outros noventa que foram oferecidos a um lar, estes vão tornar-se rentáveis porque descobri uma livraria aqui bem perto que compra livros em segunda mão.
Ontem decidi arrumar a máquina de café no fundo do armário, porque há mais de um mês que não é usada, durante o dia se bebemos café é na rua, à noite o cafézinho a seguir ao jantar foi substituído por chá, e até o L. admite que se sente mais relaxado depois desta mudança. Também deitei fora um móvel pequeno que estava no hall de entrada, daqueles que têm só uma gaveta e que (só) são úteis para atirar as chaves e telemóveis quando entramos em casa, e este nem para isso servia, sinceramente.
Hoje vou-me livrar de outro que só está a ocupar espaço na varanda fechada ("marquise" é uma palavra tão feia...). E estou a pensar fazer o mesmo a um dos dois "depositários" de roupa que temos no quarto e são exclusivos do L. - ele vai ter de escolher, ou fica com o cadeirão preto ou com o cabide de pé, para ele encher de camisas e calças ao final do dia. E nós ganhamos mais espaço físico e visual.
Também vou arrumar a mala de viagem que guardava atrás da porta do quarto, sempre pronta para ser agarrada e levada para novos destinos, como uma esperança constante de aventuras inesperadas, que agora não podem ser assim tão inesperadas porque qualquer saída mais prolongada implica um mínimo de planeamento logístico desprovido de uma pontinha de espontaneidade que seja.
São pequenos nadas que mal se notam (o L. só percebeu que o móvel de entrada tinha desaparecido porque eu lhe contei...) mas que permitem respirar mais profundamente um ambiente desprovido de objectos, mas cada vez mais cheio de afectos.
(Se não posso mudar de casa, posso sempre mudar a casa...)
Ontem decidi arrumar a máquina de café no fundo do armário, porque há mais de um mês que não é usada, durante o dia se bebemos café é na rua, à noite o cafézinho a seguir ao jantar foi substituído por chá, e até o L. admite que se sente mais relaxado depois desta mudança. Também deitei fora um móvel pequeno que estava no hall de entrada, daqueles que têm só uma gaveta e que (só) são úteis para atirar as chaves e telemóveis quando entramos em casa, e este nem para isso servia, sinceramente.
Hoje vou-me livrar de outro que só está a ocupar espaço na varanda fechada ("marquise" é uma palavra tão feia...). E estou a pensar fazer o mesmo a um dos dois "depositários" de roupa que temos no quarto e são exclusivos do L. - ele vai ter de escolher, ou fica com o cadeirão preto ou com o cabide de pé, para ele encher de camisas e calças ao final do dia. E nós ganhamos mais espaço físico e visual.
Também vou arrumar a mala de viagem que guardava atrás da porta do quarto, sempre pronta para ser agarrada e levada para novos destinos, como uma esperança constante de aventuras inesperadas, que agora não podem ser assim tão inesperadas porque qualquer saída mais prolongada implica um mínimo de planeamento logístico desprovido de uma pontinha de espontaneidade que seja.
São pequenos nadas que mal se notam (o L. só percebeu que o móvel de entrada tinha desaparecido porque eu lhe contei...) mas que permitem respirar mais profundamente um ambiente desprovido de objectos, mas cada vez mais cheio de afectos.
(Se não posso mudar de casa, posso sempre mudar a casa...)
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Em banho maria
" Conseguirei amar de forma igual um novo filho?" Tantas vezes que eu me tenho colocado esta pergunta, nos últimos meses... Sempre disse que gostava de ter dois filhos, e tendo em conta o tempo que demorou a ter Peter Pan nos meus braços, não posso deixar que seja a vida a resolver-se sozinha, se quero dar-lhe um irmão (ou a tão desejada irmã). Essa decisão nunca esteve em causa, mas à medida que se vai consolidando nas nossas conversas, como um futuro próximo a realizar, surgem novas dúvidas que não tínhamos antes de ver o nosso filho nascer: como é que ele vai reagir? será que vai sentir ciúmes? será que vai sentir-se negligenciado por não ter toda a atenção, que até agora lhe era exclusiva? e será que conseguirei amar outro filho tanto como o amo a ele?
Fiz esta pergunta à Catarina, mais tarde à Magda quando estive no workshop, e a algumas amigas que têm mais de um filho, e a resposta foi sempre a mesma: "o amor não é igual, porque tu própria já não estás igual, já tens mais experiência e já passaste por outras fases da vida, mas é igualmente intenso. Não te preocupes muito com isso, assim que olhares para ele (ou ela) vais perceber que não havia razão nenhuma para esse medo". É claro que o L. é da mesma opinião, e nem sequer coloca isso como uma dúvida digna desse nome, para ele é "mandar vir" e logo se vê.
Acabo por encolher os ombros e admitir que eles são capazes de ter razão, provavelmente serei uma mãe mais descontraída pela experiência adquirida, por saber que se sobrevive ao primeiro mês e que as cólicas não duram para sempre, e acredito que posso amar com a mesma ternura e dedicação outro ser minúsculo e chorão, que será um sortudo porque terá não dois mas três pares de braços para o acarinhar e embalar. E tenho imensa curiosidade de ver como vai ser a relação de irmãos, como Peter Pan vai encarar um bebé em casa, como vai tratá-lo, como vai amá-lo.
Fiz esta pergunta à Catarina, mais tarde à Magda quando estive no workshop, e a algumas amigas que têm mais de um filho, e a resposta foi sempre a mesma: "o amor não é igual, porque tu própria já não estás igual, já tens mais experiência e já passaste por outras fases da vida, mas é igualmente intenso. Não te preocupes muito com isso, assim que olhares para ele (ou ela) vais perceber que não havia razão nenhuma para esse medo". É claro que o L. é da mesma opinião, e nem sequer coloca isso como uma dúvida digna desse nome, para ele é "mandar vir" e logo se vê.
Acabo por encolher os ombros e admitir que eles são capazes de ter razão, provavelmente serei uma mãe mais descontraída pela experiência adquirida, por saber que se sobrevive ao primeiro mês e que as cólicas não duram para sempre, e acredito que posso amar com a mesma ternura e dedicação outro ser minúsculo e chorão, que será um sortudo porque terá não dois mas três pares de braços para o acarinhar e embalar. E tenho imensa curiosidade de ver como vai ser a relação de irmãos, como Peter Pan vai encarar um bebé em casa, como vai tratá-lo, como vai amá-lo.
domingo, 5 de janeiro de 2014
Momento (CCXL)
O meu sogro vem visitar-nos e traz um saco cheio de tangerinas e couves da horta, uma caixa de filhós de cenoura e um saco de biscoitos linguas de gato.
A festa começa agora...
Quando Peter Pan começa a choramingar porque eu me afastei por alguma razão, o L. diz(ia)-lhe sempre "a mão foi fazer cocó, vem já" (tão querido que ele é...).
Hoje, no supermercado, enquanto me vê desaparecer do seu campo de visão, Peter Pan exclama alto "A... máe... cocó..."
(Hei-de apanhar cada vergonha pública...)
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
Agradável surpresa
Às onze e meia da noite, quando finalmente acabei todas a pequenas tarefas e decidi que ía começar a passar a ferro, escolhi um dos filmes da minha lista de pendentes para ir vendo sem ter de prestar muita atenção, afinal um filme que fala sobre um grupo de idosos que viaja até à India não deve ser assim nada de impressionante. Mas a começar pelo elenco de luxo e acabando no retrato de uma India pobre e crua mas colorida e cheia de vida, The Best Exotic Marigold Hotel é um filme que me surpreendeu e comoveu, principalmente pelo tema, que tantos medos me traz: tenho medo de envelhecer. Muito. Tenho medo de deixar de me reconhecer no meu corpo e nos meus pensamentos. Tenho medo de suscitar olhares de pena e comiseração. Tenho medo de "não ter nada para fazer". Se calhar é por isso que ando sempre a inventar coisas para me ocupar, para não parar, para viver tudo ao máximo e de uma vez, porque não sei quando vai acabar, e ainda quero viver tanto.
Acabei a noite com um sorriso nos lábios, porque um "filme de sábado à tarde" ligeiro e alegre, sem cenas de perseguição, explosões ou biquinis, me deixou a reflectir sobre a forma de encarar o futuro e viver cada dia até lá chegar (ou "o sucesso mede-se pela forma como lidamos com a decepção").
Acabei a noite com um sorriso nos lábios, porque um "filme de sábado à tarde" ligeiro e alegre, sem cenas de perseguição, explosões ou biquinis, me deixou a reflectir sobre a forma de encarar o futuro e viver cada dia até lá chegar (ou "o sucesso mede-se pela forma como lidamos com a decepção").
Rir para não chorar
Ontem, ele passou a tarde a vomitar as entranhas com uma intoxicação alimentar.
Hoje de manhã dou conta que me roubaram o carro (again...).
("Deixa lá, a começar desta maneira... o ano só pode acabar muito bem!!")
Hoje de manhã dou conta que me roubaram o carro (again...).
("Deixa lá, a começar desta maneira... o ano só pode acabar muito bem!!")
quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
De braços abertos
Termino o ano morena e a ver Peter Pan descobrir as gavetas e os armários. Convidada para ser madrinha de casamento da nossa Paula, e a ouvir o pequeno buda a fazer as primeiras conjugações de palavras ("maix pão" obviamente...). E tão serena como os doze meses que passaram. Não fosse o susto com o olho de Peter Pan (e o susto ainda maior da semana infernal no hospital quando ele teve a infecção urinária) e havería uma única palavra para definir 2013 - mimo. Tanto, imenso, todo o mimo que o meu coração e a minha pele foram capazes de dar e receber. E isso reflectiu-se aqui. Perdi as palavras nas horas de contemplação, cócegas e abraços ao meu filho, preferi viver cada momento da vida dele, e registar na memória e em imagens e sons cada descoberta, cada brincadeira, cada palavra. Pois só assim faz sentido para mim, é este o meu sonho realizado, nos meus braços, e quero aproveitá-lo em toda a sua grandeza.
Começo o novo ano de mão dada com o amor da minha vida, a olharmos os dois para o nosso amor pequenino a dormir na sua cama, o sono doce e tranquilo de um anjo, e a sentir-me abençoada por este sentimento maior que me tornou completa. Pela primeira vez decidimos fazer a passagem de ano a dois, em casa, com Peter Pan a manter os horários de jantar e dormir, e nós sentados no tapete da sala, a lareira acesa, a tábua de engomar a servir de mesa baixa, meia dúzia de petiscos e a primeira garrafa de tinto Quinta da Esperança (muito apropriado), para celebrarmos esta passagem de ano como queremos passar os próximos meses: unidos, serenos, sem preocupações.
Podia dizer que me bastava que o próximo ano fosse como 2013 para já me dar por muito contente (sem contar com as idas ao hospital pediátrico, claro). E realmente não preciso de muito mais para ser feliz. Temos saúde e trabalho (um luxo nos dias que correm), temos um filho saudável e adorável que é a luz que nos guia e a força que nos acorda (metaforicamente e não só) todos os dias. Tenho tudo o que pedi. Mas não faz mal querer sempre um pouco mais ou fazer um esforço para ser um pouco melhor. Assim, no próximo ano vou retomar uma das minhas paixões, e tentar ver pelo menos um filme por semana (no final do ano serão 52 filmes) e quero fotografar mais e melhor. Vou tentar escrever mais, manter o "melhor do meu dia", observar o que se passa à minha volta e ver a beleza das coisas comuns.
Quero manter e tornar tradição familiar a abertura das prendas de Natal só na manhã de 25, como se fazia em minha casa, quero que o Pedro possa ter memórias de infância tão maravilhosas como eu tenho daquelas manhãs mágicas. E planeamos iniciar uma nova tradição que não foi possível hoje por causa da chuva intensa: no primeiro dia do ano, irmos todos ver o mar.
Vou colocar uma casa à venda e livrar-me de uma dor de cabeça que se está a tornar crónica, apesar dos remorsos e das saudades de uma parte da minha vida que fica encerrada naquelas paredes, nos Natais rodeada de primos e tios, no pinheiro natural e no musgo do presépio, na Missa do Galo e no madeiro que ficava a arder até ao dia de Reis, nas férias grandes que duravam um mês inteiro, nos dias passados na lagoa, nos piqueniques e churrascos e serões sentados na varanda em silêncio, a ouvir as cigarras. (Perdoa-me, mas não voltarei a ser feliz naquela casa, como fomos. Faltas(-me) tu.).
A minha prioridade será, como sempre, o bem estar e a harmonia da minha familia e vou continuar a preferir dedicar o meu tempo e atenção ao meu filho gorducho, "estar" realmente com ele, conhecê-lo cada vez melhor e mostrar-lhe todos os dias o carinho e o amor incondicional que lhe tenho.
Por fim mas tão ou mais importante, quero namorar mais, cuidar com ternura deste amor de vinte anos para que possa continuar a dizer que "a felicidade é gostar de voltar para casa" (e isto diz tudo...)
Por tudo isto, que venha 2014... estou à espera...
The Lion King OST
"Under the Stars"
Começo o novo ano de mão dada com o amor da minha vida, a olharmos os dois para o nosso amor pequenino a dormir na sua cama, o sono doce e tranquilo de um anjo, e a sentir-me abençoada por este sentimento maior que me tornou completa. Pela primeira vez decidimos fazer a passagem de ano a dois, em casa, com Peter Pan a manter os horários de jantar e dormir, e nós sentados no tapete da sala, a lareira acesa, a tábua de engomar a servir de mesa baixa, meia dúzia de petiscos e a primeira garrafa de tinto Quinta da Esperança (muito apropriado), para celebrarmos esta passagem de ano como queremos passar os próximos meses: unidos, serenos, sem preocupações.
Podia dizer que me bastava que o próximo ano fosse como 2013 para já me dar por muito contente (sem contar com as idas ao hospital pediátrico, claro). E realmente não preciso de muito mais para ser feliz. Temos saúde e trabalho (um luxo nos dias que correm), temos um filho saudável e adorável que é a luz que nos guia e a força que nos acorda (metaforicamente e não só) todos os dias. Tenho tudo o que pedi. Mas não faz mal querer sempre um pouco mais ou fazer um esforço para ser um pouco melhor. Assim, no próximo ano vou retomar uma das minhas paixões, e tentar ver pelo menos um filme por semana (no final do ano serão 52 filmes) e quero fotografar mais e melhor. Vou tentar escrever mais, manter o "melhor do meu dia", observar o que se passa à minha volta e ver a beleza das coisas comuns.
Quero manter e tornar tradição familiar a abertura das prendas de Natal só na manhã de 25, como se fazia em minha casa, quero que o Pedro possa ter memórias de infância tão maravilhosas como eu tenho daquelas manhãs mágicas. E planeamos iniciar uma nova tradição que não foi possível hoje por causa da chuva intensa: no primeiro dia do ano, irmos todos ver o mar.
Vou colocar uma casa à venda e livrar-me de uma dor de cabeça que se está a tornar crónica, apesar dos remorsos e das saudades de uma parte da minha vida que fica encerrada naquelas paredes, nos Natais rodeada de primos e tios, no pinheiro natural e no musgo do presépio, na Missa do Galo e no madeiro que ficava a arder até ao dia de Reis, nas férias grandes que duravam um mês inteiro, nos dias passados na lagoa, nos piqueniques e churrascos e serões sentados na varanda em silêncio, a ouvir as cigarras. (Perdoa-me, mas não voltarei a ser feliz naquela casa, como fomos. Faltas(-me) tu.).
A minha prioridade será, como sempre, o bem estar e a harmonia da minha familia e vou continuar a preferir dedicar o meu tempo e atenção ao meu filho gorducho, "estar" realmente com ele, conhecê-lo cada vez melhor e mostrar-lhe todos os dias o carinho e o amor incondicional que lhe tenho.
Por fim mas tão ou mais importante, quero namorar mais, cuidar com ternura deste amor de vinte anos para que possa continuar a dizer que "a felicidade é gostar de voltar para casa" (e isto diz tudo...)
Por tudo isto, que venha 2014... estou à espera...
The Lion King OST
"Under the Stars"
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