Muita família, muitos amigos, pouco descanso, tudo ao molho, tantos momentos dignos de memória.
Começou na 6ª feira, com um lanche de bifanas e caracóis na melhor tasca da zona e na melhor companhia, que se prolongou até à meia-noite com moelas e pica-pau. Foi preciso a Paula vir lá do Alentejo para nos juntarmos outra vez, a P. e o N com as pequenas princesas, as conversas non-sense, a vida do dia a dia contada com todos os seus pormenores anedóticos, afinal é isso que fica, o que nos faz rir. Ter ali à mão os amigos que nos acompanham há quase dez anos, retomar os assuntos como se os tivessemos interrompido ontem, mesmo que já não nos víssemos há meses, dá-me uma sensação de conforto e segurança sem descrição possível. Naquele momento (como em muitos outros já vividos com eles), a frase "Os amigos são a família que escolhemos" fez todo o sentido.
O almoço de sábado organizado pela mãe (agora habituou-se a convidar meio mundo para casa dela, e não quer outra coisa). Conhecer o meu primo (em segundo grau, isto agora começa a ser uma confusão de parentescos...) R.F. de quatro meses, redondo, maciço, simpático e bonacheirão, que correu os colos todos na maior alegria até chegar ao meu, onde começou a chorar. Disseram-me que foi por ter um menino na barriga (a competição começa cedo...). Rever o meu padrinho, que não via desde o funeral do pai (como é que já passaram dois anos?). Está muito mais magro, mas se há algum problema, ele não quis dizer, e também não insisti num dia cheio de sorrisos. O que devia ter sido um almoço rápido prolongou-se até às sete da tarde, com muita conversa (quase tudo sobre as "maravilhas" da maternidade, as descobertas diárias e a vivência com um novo ser humano, que está agora a aprender a comer papa - coisa linda de ver, ele a tentar chuchar na colher, a cuspir metade, e a ficar furioso porque aquilo lhe estava a dar muito trabalho) e a mente a registar cada gesto, cada reacção, e a imaginar que dentro de pouco tempo (como é que só faltam dois meses?) serei eu a dar-lhe beijos, será ele a fazer-lhe cócegas na barriga, será o nosso filho ao nosso colo, o centro das atenções, o foco de todos os mimos.
Passar um serão a conversar com a R. sem adormecer a meio (só isto já é um feito admirável). Ter pena dos gatos meiguinhos que só querem saltar para o nosso colo e pedir atenção, porque de cada vez que lá vou eles são obrigados a sair do seu canto (eu já lhes prometi que assim que puder, os encho de festas para compensar...).
O almoço de domingo em casa do B. e da A., casa cheia de cor e num estado de agitação permanente, ou não fosse habitada por três crianças, a mais nova com um mês e meio. Mais conversa, muitas dicas de quem já passou por isto tudo (três vezes), e nos vai ensinando tanto, alertando para as manhas e contando episódios caricatos. Brincar com a M. e o Z. Videos da Heidi e balões pelo ar. Falar sobre o dia previsto para o nascimento do Peter Pan e de como achamos que não vai chegar às 40 semanas. O B. abre um calendário e "escolhemos" uma data. Sexta-feira 13. Sempre gostei das sextas-feiras 13. Para mim são dias de sorte. Mas o pacote de açucar de pouco mais de um kilo, que se mexe descontroladamente dentro da minha barriga como se estivesse a apanhar choques eléctricos (mas só quando ninguém está a prestar atenção, porque assim que fixo o olhar na barriga, ele pára - parece mentira, mas não é...) é que vai decidir quando quer nascer (só peço que esperes até às 38 semanas, filho, deixa-te estar sossegadinho aí dentro...). Arrancar a A. de casa para uma hora de compras, roupas de bebé, pois claro, mas uma lufada de ar fresco para uma recém-mãe que também precisa de (e merece) um pouco de distracção.
30 semanas. 7 meses completos. "Festejados" de forma simples e calorosa. Rodeada (rodeados) de pessoas que gostam de nós.
E eu não páro de sorrir ao ler estes teus relatos; a tua felicidade é comovente e isso deixa-me feliz, sabes?!?
ResponderEliminarum grande beijinho
Anna^, eu sei que agora o assunto por aqui é sempre o mesmo, mas não consigo evitar :))
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