segunda-feira, 28 de maio de 2012

Momento (CLXXXII)

Ver a cara do nosso filho naquele ecrã a preto e branco. Ok, isto está um bocado romantizado, porque na verdade mais parecia uma caveira bolachuda, mas é ele, é a cara que vou beijar daqui a um mês e meio, a mão que não vou querer largar até ao último dos meus dias, a materialização dos dois kilos (?!?!) de gente que não vejo mas sinto em cada murro e pontapé que levo.
Ele tem uma cara. Rechonchuda. Tem olhos, e nariz, e orelhas. Eu sei que isto é básico, tão evidente, é claro que o puto tem uma cara, mas é um ser humano completo que está a crescer aqui dentro! Eu olho para a minha barriga redonda e tento imaginá-lo, o tamanho que terá, os braços e as pernas, os movimentos. E hoje vi-lhe a boca a mexer, a chuchar. A mão a tentar esconder os olhos. As bochechas (aquelas bochechas, meu Deus...) que hei-de encher de festas e cheirar até à exaustão (dele, evidentemente).
E não sou capaz de deixar de me maravilhar com o milagre que estou a viver.

2 comentários:

  1. Deve ser uma sensação carregada de estranheza, ainda mais quando é ansiada há tanto tempo! TA QUASE!!! Isto no verão vão ser só putos estou a ver...
    e cheiro de vómito no calor...
    ok esta parte era escusada mas quem diz verdade não merece castigo! :D

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  2. Cookies, é mais emocionante do que bonito (parece mesmo um alien...)
    E nos primeiros meses é mais o cheirinho a leite azedo ;D

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