segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Reflectir (II)

Depois de ver este site (o conceito é muito engraçado) fiquei a pensar no que queria salvar da nossa casa em chamas (lagarto, lagarto, lagarto).








Partindo do princípio que não tinha tempo de andar calmamente a recolher os meus bens mais preciosos, a prioridade era mesmo os bichos: a gaiola das duas porcas-da-índia e o aquário da tartaruga eram os primeiros a sair, e na mesma viagem aproveitava para trazer a tira-colo a carteira que estivesse a usar na altura, logo ali ficava safa de muitos problemas, porque metade da minha vida está sempre lá dentro - telemóveis, agenda (de papel, eu sou uma raridade que não usa a agenda do telemóvel), caderninho de contactos (outra aberração, todos os nomes e números de telefone de todas as pessoas que conheço estão escritos ali, era o que me faltava o telemóvel ser roubado ou pifar sem aviso prévio e eu ficar sem contactos de ninguém...), bolsinha com os produtos essenciais (e "essencial" é um mini-desodorizante, pente, creme de mãos, toalhetes e mini-kit de costura) e as chaves do carro (já tínhamos onde dormir, pronto...)
Assim que os bichos estivessem longe de perigo, era voltar a correr até à sala, agarrar o portátil e os discos externos (são milhares de fotos, músicas e filmes... o arquivo de meia vida...) a caixa de biscoitos metálica onde guardo os nossos documentos que não são precisos diariamente (passaporte, cédulas de nascimento e por aí fora...), a Canon e a bolsa com a outra lente, o carregador e a segunda bateria.
Se por acaso ainda me restasse algum tempo, agarrava o anel de noivado da minha mãe, o casaco de peles que o meu pai lhe ofereceu há mais de 10 anos e que ela quis que eu "herdasse", e os albuns de fotografias da gaveta da sala (são só 3 dossiers A4, coisa pouca mas com tantas recordações irrepetíveis...).
Isto tudo na suposição óbvia de que ele não estaría estendido ao comprido, inanimado, numa das divisões da casa, claro, porque se fosse esse o caso, os bichos que me perdoassem, mas primeiro saía ele, nem que tivesse de arrastá-lo pelas orelhas.

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