domingo, 28 de agosto de 2011

Continuar

Continuo a ouvir esta música em repeat. Ainda não me cansei. Mas neste preciso momento, enquanto escrevo (como já não escrevia há muito tempo, sem passar pelo filtro da censura) é esta que está a tocar sem parar. Continuo a perder horas à procura de músicas no youtube. E a fazer granny squares que um dia (algures durante o próximo ano, pelos vistos...) serão uma manta de bebé (pequenina). Deixo o FB às moscas e o Google+ nem se fala.
O verão está quase a chegar ao fim e ainda não tive férias. Ok, fui eu que escolhi assim, gosto de trabalhar em Agosto, é um mês muito calmo, sem grandes stresses e até os telefones parece que hibernaram. Mas metade do pessoal está de férias, por isso a carga de trabalho mantém-se. Não faz mal, vão lá todos de férias, e voltem, que depois conversamos... Desconfio que ainda vou a tempo de apanhar os últimos dias quentes do ano. E até vou ter mais sorte do que muitos que levaram com vento e chuva nos 15 dias mais aguardados do ano (para alguns, claro, que o meu marido está todo contente porque vai trocar 18 dias de férias do ano passado - que ele não gozou porque não precisa, evidentemente... - por um Macintosh... que bonito... e ainda me disse isto com um grande sorriso na cara... só me apeteceu esmurrá-lo). Mas este verão não soube a verão. A férias e descontracção. Nem os fins de semana de praia me acalmaram a ânsia de sol e noites quentes.
Este fim de semana foi mais pacífico. Sábado de compras (gastei mais dinheiro em roupa interior do que nas 3 t-shirts estampadas e nas calças às riscas - que parece que foram feitas à minha medida por um alfaiate. E mais umas sabrinas para juntar à minha colecção, azuis escuras com um berloque de penas de pavão), sesta no sofá e jantar de sushi. Domingo com os amigos, o B. fez anos e juntou o pessoal todo para um bacalhau assado com batatas à murro afogadas em azeite. É triste perceber que moramos a duas ruas de distância dos Pek.eninos, mas só os vemos nestas alturas. Culpamos sempre a falta de tempo, a correria do dia-a-dia, a "vida". E só quando nos voltamos a sentar todos em redor de uma mesa é que nos damos conta da falta que estes encontros nos fazem. Tinha saudades das pequenas princesas (cada vez mais princesas, cada vez menos pequenas). Tinha saudades deste grupo que já passou por tanto, já viu tanto uns dos outros, que pode passar meses sem se falar, mas que volta a encontrar-se com a mesma naturalidade, sempre.

Uma mesa com quatro bonecos a pilhas é uma festa. Ninguém consegue comer descansado. Estamos sempre a olhar em volta para ver se falta alguma das miúdas (o J. ainda não joga neste campeonato, com 8 meses nem sai do carrinho, é um pachá autêntico, uma pessoa até se esquece dele, de tão calmo que é). Elas são uns desassossego pegado. A I. é a mais velha mas a que pede mais atenção, menina que quer mimo e ainda faz beicinho para conseguir o que quer (já lhe disse que comigo não funciona, por isso pede com jeitinho e exagera no sorriso). Está a mudar as feições, a ficar mais crescida. Cada vez mais bonita.
A S. agora tem uma franja que lhe dá um ar de pequeno anjo, quem não a conhecer até acredita que é um doce, até lhe pedirem um beijo, ou tentarem dar-lhe um abraço, ou lhe tirarem algum brinquedo das mãos. Aí a forte personalidade (herdada da mãezinha dela) vem ao de cima... e saiam da frente. É independente, segura e senhora do seu nariz. Juro que às vezes parece mais velha do que a irmã, pelas expressões faciais, pela desenvoltura, por não ter medo de nada. Sai pela porta do restaurante e vai embora sem olhar para trás, se a deixarem.
A M. é muito parecida com a S., e com o bónus de ser viciada em adrenalina (ainda não no sentido literal da expressão, mas lá chegará). Não há cadeira, carro, mesa ou muro, que ela não escale, ou se pendure, ou se ponha aos saltos em cima até nos faltar a respiração à espera do segundo em que ela vai cair no chão e partir os dentes todos que já tem na boca. É claro que já lhe prevemos um futuro de alpinismo, ou desportos radicais, e "vais ver quando ela chegar a casa, com 15 anos, e pedir uma mota..."
Depois de um passeio pelo jardim de To.mar, acabámos por jantar só com o B. e a A. (e os pequenos, claro) no único sítio que nos lembrámos que estava aberto ao domingo à noite. E houve ali uns segundos, enquanto o J. brincava alegremente com os meus dedos, em que me recordei do tempo em que servia à mesa no restaurante, quando via entrar um grupo de casais, cada um com o(s) seu(s) filho(s). Pensava que um dia também ía ser assim. Juntar os amigos e ver os nossos filhos brincarem juntos.
(Filtro, filtro...)

(E descobri - escolhido por ele, obviamente - um whisky de que gosto... era só o que me faltava...) .

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