"Passou tudo tão depressa / nunca te falei de mim / o que digo não importa / o que sinto talvez sim."
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
Está cientificamente provado...
... este blog só funciona a toque de neura...
(cinco posts num dia, credo...)
(cinco posts num dia, credo...)
Momento (CCLIV)
Discos pedidos no "solário".
"Se me queres dedicar uma música, pode ser esta".
Elis Regina
"Romaria"
"Se me queres dedicar uma música, pode ser esta".
Elis Regina
"Romaria"
A minha versão do Walking Dead
Sessão contínua de limpezas até à uma da manhã. Cansar o corpo para esvaziar a mente. Peter Pan acorda num berreiro às cinco da manhã e já não volta a adormecer. Nem ele nem ninguém naquela casa. Frasco de perfume estilhaçado no chão da casa-de-banho (ao menos que tivesse sido depois de pôr o perfume... não antes).
(Com estas olheiras e o ar alucinado, só me faltam as roupas esfarrapadas e o sangue a escorrer do canto da boca...)
(Com estas olheiras e o ar alucinado, só me faltam as roupas esfarrapadas e o sangue a escorrer do canto da boca...)
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
Ouvir e sentir (CLXXXVIII)
Lembro-me de ouvir o telemóvel tocar e saber o que me íam dizer. Lembro-me do nó na garganta. De ir fumar um cigarro em jejum. E chorar em silêncio. Cinco dias antes tinha-te pedido sem palavras que esperasses. Que deixasses passar o meu dia de anos. Fizeste-me a vontade.
(Porque hoje será para sempre um dia de merda.)
The Cranberries
"Ode To My Family"
"Ode To My Family"
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Com uma vénia (V)
Carta a uma filha
Se puderes, sê feliz, não esperes que o teu país te faça feliz. A felicidade não está num lugar, a felicidade parte de ti em direção ao lugar onde estás. Podes procurar todos os lugares e, em todos eles, irás encontrar alegria e tristeza. Tu és quem terá de escolher com qual das duas queres viver. Mas se puderes viaja, se puderes fica. O nosso país é tão lindo, nele vais conhecer pessoas maravilhosas, paisagens fabulosas, tradições que valem a pena. Se puderes não te envergonhes do país que tens. Mas, se puderes, procura a verdadeira cultura que existe nas pessoas mais simples. Procura dançar as danças de roda, procura cantar as modas alentejanas, procura viver as tradições dos lugares onde vives. Nunca te envergonhes a dançar. Dança sempre como se toda a gente estivesse a olhar para ti e fá-los dançar contigo.
Filha, se puderes, fica. Os teus pais ficaram e escolheram uma forma mais simples de viver. Vivem sem luxos, vivem mais do amor do que do dinheiro e são felizes. A verdade é que fazem aquilo que os faz mais feliz e vivem sem pressas e com os sonhos nos braços. Vivem como se o agora fosse o mais importante. Mas filha, se puderes, vai, vai e procura o conforto, ele poderá fazer-te feliz, mas nunca te fará tão feliz quanto o amor.
Filha, se puderes, fica. Os teus pais ficaram e escolheram uma forma mais simples de viver. Vivem sem luxos, vivem mais do amor do que do dinheiro e são felizes. A verdade é que fazem aquilo que os faz mais feliz e vivem sem pressas e com os sonhos nos braços. Vivem como se o agora fosse o mais importante. Mas filha, se puderes, vai, vai e procura o conforto, ele poderá fazer-te feliz, mas nunca te fará tão feliz quanto o amor.
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Ouvir e sentir (CLXXXVII)
Porque não digo as vezes suficientes o quanto o nosso amor é importante.
Clarice Falcão
"De Todos Os Loucos do Mundo"
Visto aqui.
Clarice Falcão
"De Todos Os Loucos do Mundo"
Visto aqui.
domingo, 23 de fevereiro de 2014
Agradecer
Num dia recatado e cheio de mimo macio e sorrisos quentes, é só isto que posso fazer: agradecer.
(Eu tenho tudo o que pedi.)
Roberta Campos e Nando Reis
"De Janeiro a Janeiro"
(Eu tenho tudo o que pedi.)
Roberta Campos e Nando Reis
"De Janeiro a Janeiro"
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Momento (CCLIII)
Jantar risoto de cogumelos selvagens e abóbora caramelizada. Simplesmente maravilhoso. Com uma vista de cortar a respiração. Sem palavras. Na companhia de um casal cheio de mundo. Argentinos a viver em Israel. Ouvir histórias de vida fascinantes de tão diferentes. O neto deliciado com o hamburguer em bolo de caco (sugestão minha). Uma pausa antes de ir para a tropa. Daqui a duas semanas. Diz-me que para eles é o percurso normal de vida. Eu imagino ver Peter Pan ir para a tropa (ainda por cima a israelita...) durante três anos. Não, não acho normal...
Dói-me o coração
Acordar sem o som das "conversas" de Peter Pan. Terminar o dia sem o cheiro dele. Adormecer sem sentir o corpo quente e macio no meu colo.
(Estou a morrer aos bocadinhos, de saudades...)
(Estou a morrer aos bocadinhos, de saudades...)
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
Gosto apurado
Jantar de "trabalho" n'O Talho. Bom ambiente, serviço simpático, comida deliciosa (máquina sem bateria, tive de vir procurar fotos na net...).
Dão-me uma chave e dizem-me "vai lá abaixo escolher o vinho". Desço as escadas até ao expositor de vinhos protegido por uma grade antiga, qual calabouço do tempo da lei seca. Um primeiro olhar pára de imediato na garrafa de Pintas. Digo para o J.S. "este é bom de certeza", depois olho para o preço e desmancho-me a rir. Setenta e dois euros.
(Ficamos pela minha segunda escolha: Vinha Paz. Toda a gente elogiou. Já me estou a imaginar enóloga...)
Dão-me uma chave e dizem-me "vai lá abaixo escolher o vinho". Desço as escadas até ao expositor de vinhos protegido por uma grade antiga, qual calabouço do tempo da lei seca. Um primeiro olhar pára de imediato na garrafa de Pintas. Digo para o J.S. "este é bom de certeza", depois olho para o preço e desmancho-me a rir. Setenta e dois euros.
(Ficamos pela minha segunda escolha: Vinha Paz. Toda a gente elogiou. Já me estou a imaginar enóloga...)
domingo, 16 de fevereiro de 2014
Dói-me a alma
Quando me despedi de Peter Pan ao final da tarde ele tinha acabado de vomitar no carro e estava murchinho que dava dó, cabeça encostada de lado, uma lágrima a querer cair do canto do olho, minha vontade irracional de agarrá-lo e embalá-lo no colo e sofrer em mim todas as dores e mal-estar com que os dentes molares o têm atormentado nos últimos dias, tanta baba que lhe deixa a pele das bochechas irritada, tanto ranho de uma constipação que teima em não passar, que se vai acumulando no estômago até sair como pode, deixando o meu amor pequenino de rastos e sem forças.
Só queria telefonar e dizer que não podia ir, que fizessem a feira sem mim, que os japoneses e libaneses e angolanos todos juntos não tinham valor comparado com o meu coração fora do peito, encolhido de preocupação e medo e culpa de "abandonar" o meu filho durante três dias. Deixá-lo alegre e bem-disposto já sería suficientemente penoso, mas despedir-me de um bebé choroso e a pedir mimo exigiu uma força extrema, engolida a seco pela certeza de que ficava bem entregue aos cuidados do melhor pai que lhe podia ter calhado em sorte.
(Mas a dor não passa...)
Só queria telefonar e dizer que não podia ir, que fizessem a feira sem mim, que os japoneses e libaneses e angolanos todos juntos não tinham valor comparado com o meu coração fora do peito, encolhido de preocupação e medo e culpa de "abandonar" o meu filho durante três dias. Deixá-lo alegre e bem-disposto já sería suficientemente penoso, mas despedir-me de um bebé choroso e a pedir mimo exigiu uma força extrema, engolida a seco pela certeza de que ficava bem entregue aos cuidados do melhor pai que lhe podia ter calhado em sorte.
(Mas a dor não passa...)
sábado, 15 de fevereiro de 2014
O que eu tenho de ouvir (XX)
- Este ano vamos mascarar o filho pequenino? De quê?
- Olha, gostava muito de mascará-lo de uma das personagens do Walking Dead... pronto, já disse...
- Olha, gostava muito de mascará-lo de uma das personagens do Walking Dead... pronto, já disse...
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Com uma vénia (IV)
"(...) é fácil haver amor numa tempestade e fácil haver numa altura de grande felicidade. O que me parece mais verosímil , e verdadeiro teste do trigo e do joio, é descobrir o amor na rotina, no dia-a-dia, na modorra do passar do tempo igual.
Amar alguém descobre-se na discussão do saco do lixo que nunca é esvaziado. Na eterna luta com o rolo de papel higiénico que não é substituido. Na companhia que se faz ao outro quando passa a ferro. Amar alguém de verdade descobre-se nos pequenos nadas que preenchem a maior parte dos nossos dias.
Eu amo quem me dá a mão numa tempestade. Sou grata por isso. Quero-o ao meu lado.
Eu amo quem me faz feliz e saborear o algodão doce das nuvens. Sinto-me especial por isso. Quero-o ao meu lado.
Esse é um amor fácil. Mas, felizmente e infelizmente respectivamente, esses estados são passageiros.
Eu quero amar e quem me ame num dia nublado. Sem história. Igual a milhares deles. Quero amar quem me traz uma bola de berlim com creme extra quando tenho TPM. Quero que me amem quando ando a resmungar que há pregos e parafusos por todo o lado porque se não arrumo, ninguém arruma.
Não há felicidade extravazante em pregos e parafusos e também não há tempestades na TPM, mas pode haver amor. O amor que nasce e floresce apesar de não haver tempestades nem estrelas nos olhinhos. O amor que nasce de mãos dadas a olhar para uma parede depois de uma discussão sobre papel higiénico. (...)"
Amar alguém descobre-se na discussão do saco do lixo que nunca é esvaziado. Na eterna luta com o rolo de papel higiénico que não é substituido. Na companhia que se faz ao outro quando passa a ferro. Amar alguém de verdade descobre-se nos pequenos nadas que preenchem a maior parte dos nossos dias.
Eu amo quem me dá a mão numa tempestade. Sou grata por isso. Quero-o ao meu lado.
Eu amo quem me faz feliz e saborear o algodão doce das nuvens. Sinto-me especial por isso. Quero-o ao meu lado.
Esse é um amor fácil. Mas, felizmente e infelizmente respectivamente, esses estados são passageiros.
Eu quero amar e quem me ame num dia nublado. Sem história. Igual a milhares deles. Quero amar quem me traz uma bola de berlim com creme extra quando tenho TPM. Quero que me amem quando ando a resmungar que há pregos e parafusos por todo o lado porque se não arrumo, ninguém arruma.
Não há felicidade extravazante em pregos e parafusos e também não há tempestades na TPM, mas pode haver amor. O amor que nasce e floresce apesar de não haver tempestades nem estrelas nos olhinhos. O amor que nasce de mãos dadas a olhar para uma parede depois de uma discussão sobre papel higiénico. (...)"
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
O que eu tenho de ouvir (XIX)
domingo, 9 de fevereiro de 2014
Momento (CCLII)
O contraste entre o silêncio quente e reconfortante da sala, e o vento frio e furioso lá fora. Uma manta macia, uma chávena de chá fumegante e um bom filme, sobre famílias imperfeitas, e laços de sangue que não passam disso e não significam obrigatoriamente amizade ou amor (e volto a lembrar-me da frase "Deus deu-nos a nossa familia, ainda bem que podemos escolher os amigos"). Meryl Streep é uma deusa viva da representação, e Julia Roberts quebra o mito de que uma cara bonita não é boa atriz.
(A minha resolução de ver mais filmes este ano está a correr bem... só o Walter Mitty ficou um bocadinho aquém do esperado...)
(A minha resolução de ver mais filmes este ano está a correr bem... só o Walter Mitty ficou um bocadinho aquém do esperado...)
sábado, 8 de fevereiro de 2014
Aprender
Hamburguers de lentilhas vermelhas e grão, com molho tártaro; seitan com cogumelos Paris e molho de natas de soja; roupa velha com tofu; esparguete com bolonhesa de soja; e abóbora assada com alecrim e sementes de papoila.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
Momento (CCLI)
Depois de mais de um ano desempregado, ouvir da boca do meu irmão que já assinou contrato e vai começar a trabalhar ainda este mês, que vai ter formação em Espanha, que vai fazer um trabalho que sabe, em que é bom, que gosta. Agradecer a Deus, muito, tanto, pela oportunidade que ele precisava para mostrar o seu valor (eu sei que ele consegue, não tem medo nenhum de trabalhar e não tenho dúvidas de que vai crescer lá dentro e sentir-se realizado.). Ser feliz pela felicidade dos meus. Não preciso de mais nada.
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
Momento (CCL)
Peter Pan entretido no chão da cozinha, a espalhar o cesto de molas da roupa e a enfiá-las dentro da máquina de lavar roupa, e a tirar furiosamente os panos da loiça de dentro da gaveta até lhe ver o fundo, e só então fica satisfeito e volta a enfiá-los um a um lá dentro, todos amarrotados, todos prontos para irem outra vez para lavar.
Era capaz de me habituar a isto: trabalhar em casa e tomar conta dele, para que fique resguardado enquanto a tosse não dá tréguas e a respiração "de cão" não acalma o meu coração apertado (não fosse o meu aspecto desleixado e a quantidade absurda de bolachas de chocolate que já comi hoje...).
Era capaz de me habituar a isto: trabalhar em casa e tomar conta dele, para que fique resguardado enquanto a tosse não dá tréguas e a respiração "de cão" não acalma o meu coração apertado (não fosse o meu aspecto desleixado e a quantidade absurda de bolachas de chocolate que já comi hoje...).
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Momento (CCXLIX)
Dizem-me que as crianças começam a andar de um dia para o outro. Peter Pan não. Tem dado passinhos pequenos nesta aventura de começar a andar sozinho. Tem muito medo e não larga o nosso dedo. Se o soltamos, senta-se de imediato no chão e amua. Faz beicinho, mesmo.
Hoje quero esquecer as três horas e meia de tempo de espera nas urgências pediátricas do hospital (para "compensar" a minha boa experiência anterior) e a frieza do médico que nos atendeu (para meu enorme espanto, porque foi o mesmo que me atendeu tão bem no outro dia... ou seja, não é pediatra...) e quero guardar os sorrisos enternecidos das enfermeiras a ver o nosso pequeno gorducho (que voltou a ser confundido com uma menina...) a percorrer sozinho e com movimentos de boneco a pilhas os corredores, dos braços do L. para os meus, e dos meus para os dele, numa roda viva cheia de risos de orgulho e beijos de incentivo.
(Ou como dizia uma das enfermeiras "ao tempo que aqui estás, vais embora a falar inglês...")
Hoje quero esquecer as três horas e meia de tempo de espera nas urgências pediátricas do hospital (para "compensar" a minha boa experiência anterior) e a frieza do médico que nos atendeu (para meu enorme espanto, porque foi o mesmo que me atendeu tão bem no outro dia... ou seja, não é pediatra...) e quero guardar os sorrisos enternecidos das enfermeiras a ver o nosso pequeno gorducho (que voltou a ser confundido com uma menina...) a percorrer sozinho e com movimentos de boneco a pilhas os corredores, dos braços do L. para os meus, e dos meus para os dele, numa roda viva cheia de risos de orgulho e beijos de incentivo.
(Ou como dizia uma das enfermeiras "ao tempo que aqui estás, vais embora a falar inglês...")
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