... o cheiro da serenidade, o sabor do carinho, o olhar de contemplação. Nas bochechas-gordas-de-sono do meu filho. A expressão não é minha, tenho quase a certeza que é do Dias de uma Princesa, mas lembro-me dela todas as noites. À meia-noite, antes de me ir deitar (já voltei ao ritmo de sono de antigamente, o que não é necessariamente bom...), com muito jeitinho e quase às escuras, levanto Peter Pan da cama e mudo-lhe a fralda (custa-me horrores ouvi-lo choramingar porque o acordei, mas sempre é melhor que vê-lo na manhã seguinte mijado até às orelhas...), embrulho-o numa manta e dou-lhe um biberão de leite morno. Aconchego-o no meu ombro para arrotar. E é assim que ele volta a adormecer. Todas as noites. A cabeça no meu ombro. A bochecha-gorda-de-sono encostada à minha, para eu cheirar e tocar ao de leve e beijar e voltar a cheirar. E é assim que rezo. Todas as noites. Naquele momento, com o meu filho aninhado no meu ombro, o som da respiração suave, o calor da pele macia, o sono de um anjo. Agradeço a benção que tenho nos braços.
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