Que mandam garrafas de vinho com o rótulo tapado, e com a instrução de "só podes ver depois de beberes"...
"Passou tudo tão depressa / nunca te falei de mim / o que digo não importa / o que sinto talvez sim."
sexta-feira, 10 de julho de 2015
quinta-feira, 9 de julho de 2015
Upgrade (II)
Já imagino Peter Pan a subir as escadas para dormir no beliche de cima "como os crescidos" (ok, confesso que foi por isso que escolhi esta cama). Nessa altura já não vai querer as bandeirolas que pendurei à volta, cortadas a olho e cosidas à mão em meia dúzia de noites (desisti da p%$& da máquina de costura e deitei-a fora!).
Mas espero que já perceba o significado da frase emoldurada na parede, uma citação do "Principezinho" sobre o Amor. Aquele que lhe tenho. Aquele que espero que ele procure sempre na vida.
Mas espero que já perceba o significado da frase emoldurada na parede, uma citação do "Principezinho" sobre o Amor. Aquele que lhe tenho. Aquele que espero que ele procure sempre na vida.
quarta-feira, 8 de julho de 2015
Querer
Eu não gosto de bibelots nem pecinhas de enfeitar as estantes que não servem para mais nada a não ser ganhar pó.
Mas acabei de ver estas esculturas da Willow Tree numa montra de uma loja...
(e estou quase a admitir que afinal, talvez abrisse uma excepção...)
Mas acabei de ver estas esculturas da Willow Tree numa montra de uma loja...
(e estou quase a admitir que afinal, talvez abrisse uma excepção...)
terça-feira, 7 de julho de 2015
segunda-feira, 6 de julho de 2015
Inevitável e incompreensível
Levar Peter Pan à Serra tem como consequência inquestionável um episódio de febre sem razão aparente, que surge de repente (já aconteceu ser logo na viagem de regresso) e desaparece com a mesma velocidade. Já pensámos se seria das várias horas de viagem fechado no carro, mas se fosse por isso, também tinha ficado doente quando fomos a Albufeira. Já me disseram que tem a ver com a diferença de pressão atmosférica e eu estou tentada a acreditar, porque não encontro outra explicação para que isto aconteça de cada vez que lá vamos. Por isso, quando no sábado à noite lhe senti as mãos a ferver, vi logo o que nos esperava, e no domingo já tinhamos contagens a rondar os 38º, o que, não sendo considerado febre numa criança, era o suficiente para a pele de Peter Pan queimar. Eu sei que isto é normal, que todos os putos têm febre, que 38º não é nada, beca, beca, beca... mas o Pedro nun-ca fica doente, o Pedro é rijo, e eu estou tão (bem) habituada a vê-lo saudável e aos saltos, que qualquer coisa abaixo disso me aflige. E quando hoje ao almoço a febre subiu de repente e o meu filho começou a tremer dos pés à cabeça, todo ele pele de galinha marmoreada de roxo; e quando à tarde a febre chegou aos 39.6º e o vi prostrado na nossa cama, de olhos vidrados e sem se querer mexer, o meu coração doeu. E isto não é metáfora, doeu mesmo, ainda dói quando tento respirar fundo. Dizer que fico doente quando vejo o meu filho doente parece exagero de mãe-galinha, mas é tão verdade e inevitável como a febre que ele ganha sempre que vai à Serra.
sábado, 4 de julho de 2015
Sem doer
A melhor homenagem que te podia fazer hoje foi esta. Mostrar ao teu neto a tua Serra. Viste os olhos dele esbugalhados a olhar para as montanhas? A alegria inocente com que atirava pedras à lagoa? E como virava a cabeça para a janela para sentir melhor o vento que entrava no carro? Estava tão feliz, o nosso menino.
Queria tanto que ele te tivesse conhecido. Que tivesse recordações tuas. Sabes, no outro dia quando sugeri que o avô Zé fosse connosco ao Oceanário, foi isso que disse ao L. "Ele é o único avô que o Pedro conhece, de quem se vai lembrar". Mas eu vou fazer questão de lhe mostrar fotos tuas, e falar-lhe de ti, e levá-lo aos sítios a que tu nos levaste com tanto orgulho. Quero que ele ame a Serra como tu a amavas. É só mais uma forma de manter a tua memória viva. Nele e em mim.
(As saudades já não doem. Parabéns, pai.)
Queria tanto que ele te tivesse conhecido. Que tivesse recordações tuas. Sabes, no outro dia quando sugeri que o avô Zé fosse connosco ao Oceanário, foi isso que disse ao L. "Ele é o único avô que o Pedro conhece, de quem se vai lembrar". Mas eu vou fazer questão de lhe mostrar fotos tuas, e falar-lhe de ti, e levá-lo aos sítios a que tu nos levaste com tanto orgulho. Quero que ele ame a Serra como tu a amavas. É só mais uma forma de manter a tua memória viva. Nele e em mim.
(As saudades já não doem. Parabéns, pai.)
quinta-feira, 2 de julho de 2015
Rezar
A Lara nasceu no dia 30 de Junho, à meia noite e dez minutos. O parto estava previsto para dia 17 de Julho. E eu e a Paula gozávamos que ía nascer no dia do Pedro ("oh pá, isso não, assim vamos ter sempre problemas nas festas de anos dos putos!!"). A Lara, por vinte minutos, não nascia no dia de anos do meu irmão. E eu, que não precisava de nenhuma data simbólica para me lembrar do seu nascimento, fiquei a sorrir com o simbolismo.
A Lara já era amada antes de nascer, já é a minha sobrinha do coração, filha da irmã que não tive mas tenho. Por isso tem nome próprio aqui, tal como a mãe.
A Lara teve uma complicação de saúde e foi operada de urgência esta madrugada. Às quatro da manhã recebo um sms a dizer que tinha corrido bem, mas que a recuperação ía demorar. Agora soube o resto pelo fio de voz de uma mãe que está a tentar aguentar-se como eu não imagino que seja possível fazer. A Lara está em coma induzido e ligada ao ventilador, para não sentir dores. A Lara vai passar pelo menos um mês internada. Mas a Lara vai ficar bem. Foi tratada a tempo, estão a cuidar dela. Digo isto com toda a convicção e fé mas sabendo que são palavras vãs para a mãe que chegou a casa sem a filha nos braços. Que olhou para o quarto branco e cor-de-rosa vazio, à espera do calor e dos sons de uma bebé rechonchuda de três quilos e meio. Digo isto mas queria abraçá-la em silêncio porque não há palavras que justifiquem ou façam compreender esta puta desta injustiça, tento imaginar-me no lugar dela e não consigo, sinceramente não consigo conceber essa imagem de vazio e revolta, só sei que se estivesse no lugar dela queria que me deixassem em paz, não queria ver ninguém, ouvir ninguém, por isso respeito o espaço e o tempo mesmo que a minha vontade seja largar tudo e ir dar-lhe colo, só isso, colo.
Repito que vai ficar tudo bem, já nem sei se para ela ou para mim, contenho as lágrimas para aguentar as dela, e chego a casa e contemplo o meu filho com um olhar de pura adoração e agradecimento a Deus. O mesmo olhar que ela terá daqui a umas semanas, quando levar uma bebé rechonchuda de três quilos e meio para casa.
A Lara já era amada antes de nascer, já é a minha sobrinha do coração, filha da irmã que não tive mas tenho. Por isso tem nome próprio aqui, tal como a mãe.
A Lara teve uma complicação de saúde e foi operada de urgência esta madrugada. Às quatro da manhã recebo um sms a dizer que tinha corrido bem, mas que a recuperação ía demorar. Agora soube o resto pelo fio de voz de uma mãe que está a tentar aguentar-se como eu não imagino que seja possível fazer. A Lara está em coma induzido e ligada ao ventilador, para não sentir dores. A Lara vai passar pelo menos um mês internada. Mas a Lara vai ficar bem. Foi tratada a tempo, estão a cuidar dela. Digo isto com toda a convicção e fé mas sabendo que são palavras vãs para a mãe que chegou a casa sem a filha nos braços. Que olhou para o quarto branco e cor-de-rosa vazio, à espera do calor e dos sons de uma bebé rechonchuda de três quilos e meio. Digo isto mas queria abraçá-la em silêncio porque não há palavras que justifiquem ou façam compreender esta puta desta injustiça, tento imaginar-me no lugar dela e não consigo, sinceramente não consigo conceber essa imagem de vazio e revolta, só sei que se estivesse no lugar dela queria que me deixassem em paz, não queria ver ninguém, ouvir ninguém, por isso respeito o espaço e o tempo mesmo que a minha vontade seja largar tudo e ir dar-lhe colo, só isso, colo.
Repito que vai ficar tudo bem, já nem sei se para ela ou para mim, contenho as lágrimas para aguentar as dela, e chego a casa e contemplo o meu filho com um olhar de pura adoração e agradecimento a Deus. O mesmo olhar que ela terá daqui a umas semanas, quando levar uma bebé rechonchuda de três quilos e meio para casa.
Subscrever:
Mensagens (Atom)