Ouvir e sentir

Paulo Gonzo e India Martínez
"Vencer ao Amor"

Veres(-me)

sabes, tenho olhado para ti…. (que estranho!) e vejo-te mais Mulher
a sério acho que é esta mesmo a expressão
mais Mulher
vejo o teu corpo e vejo o corpo de uma Mulher linda e madura, uma verdadeira Mulher….
e olho e vejo o que és nesse corpo e nesse espírito e vejo-te melhor, mais experiente, mais bonita, no sentido lato…. vejo a beleza da vida em ti
não quer dizer que não via antes
nada disso
(se calhar é da idade - a minha - mas vejo-te melhor, de corpo e de espirito)
se já não tinha dúvidas, tenho cada vez mais certezas que é fácil um homem sentir-se feliz e preenchido a teu lado
é realmente fácil
embora, por vezes possas pensar o contrário, pela complexidade que vive no seio das mulheres
mas não é o caso
e a única coisa que um homem, a teu lado, necessita, é de abrir o espirito, a alma, aprender a ver-te e desfrutar do que és
e não é dificil
o homem que te vir e te sentir será sempre imensamente feliz a teu lado
sei do que falo
(e falei demais)


nem sempre é fácil
e eu não sou sempre fácil
(nem para mim própria)
mas sabes, dou-te razão
sinto-me mais Mulher também
mais segura de mim
sei a força que tenho
e não sabia que tinha
(infelizmente, são precisos os piores momentos para descobrir a nossa força)
e sinto-me mais... eu.
e quero continuar este caminho, de ser mais eu... mais autêntica, mais verdadeira comigo mesma
mais simples e mais em paz comigo mesma.


(és Tu!)
(sempre foste)

Ouvir e sentir

Lauren Daigle
"You say"

Mais do que olhar (minha Amesterdão) IV

"A viagem (a recordação) atravessa-nos como um sonho mais ou menos longínquo, 

e dura o tempo de uma noite e uma manhã, ou de muitas vidas."

Mais do que olhar (minha Amesterdão) III

Mais do que olhar (minha Amesterdão) II

Mais do que olhar (minha Amesterdão)

Mais do que olhar (XXXIX)

Mais do que olhar (XXXVIII)

Metáfora de vida...

No Inverno consegui matar uma das poucas plantas que até agora tinham sobrevivido nas minhas mãos, e que teve uma longuíssima vida de seis anos. Tentei tudo para salvá-la, mas não aguentou o gelo, as folhas caíram todas, os caules secaram, e eu passei-lhe a certidão de óbito com muita pena, depois de meses à espera de um milagre.
No dia em que decidi trazer outra planta para ocupar aquele vaso, e quando me preparava para deitar fora a terra que ainda lá estava com as raízes moribundas... vejo um rebento. Minúsculo, mais pequeno que uma ervilha. Mas uma folha verde, a lutar pela vida.
E ali estava eu, com uma planta nova a estrear, pronta para ocupar um espaço que esteve vazio durante meses, e cheia de possibilidades e promessas de beleza e cor. E com um rebento quase invisível, sem nenhuma certeza de que consegue vingar e ganhar raízes outra vez, sem nenhuma esperança de que cresça e volte a ser a planta que tanto significado tinha para mim.
Não tive coragem de deitar o rebento fora. O tempo dirá se ele sobrevive ou não. E se algum dia voltará a florir.

Ser Mãe (ser tudo).

Jogar à bola e fazer buracos na terra na tua "floresta". Deixar-te ficar a brincar num banho de imersão rodeado de bonecos. Ganhares-me a jogar matraquilhos e bowling. Caracóis e pizza de atum. A tua mão macia pousada na minha enquanto conversamos. Sentir o teu calor enquanto adormeces no meu peito. Andar contigo ao colo, agarrado ao meu pescoço, enquanto ainda aguento o teu peso. Dar-te beijos sem fim nas bochechas fofas, enquanto ainda deixas.
Eu não tive um Dia da Mãe. Tive um fim de semana inteiro de mimo de Filho.

(E não existe palavra que consiga expressar o que sinto por ti, e pela sorte de ser tua mãe. Mais do que Amor puro, mais do que Ternura infinita, mais do que Gratidão profunda, mais do que Orgulho avassalador).