Só aquela viagem já teria valido a pena pela excitação de Peter Pan, mas chegar à ilha e ver a praia minúscula aninhada entre as rochas, e aquele azul indescritível da água, deixou-me quase hipnotizada. Tivémos a sorte de ficar para último na visita de barco às grutas, e assim tivémos tempo de aproveitar a praia quase vazia de manhã. Nunca tinha estado numa praia em que conseguisse sentir o silêncio. Até Peter Pan falava mais baixo do que habitualmente, até ele sentiu que aquele lugar devia ser respeitado.
Fizémos a visita às grutas e descemos junto ao Forte de São João Batista, e daí subimos a pé até ao ponto mais alto da ilha, escadas intermináveis e íngremes mas que valeram cada degrau, porque a vista lá de cima é realmente de cortar a respiração, e sentimo-nos tão pequeninos perante aquela imensidão de mar azul. Não deu para manter este estado contemplativo e de comunhão com a natureza (gaivotas por todo o lado, esta é a casa delas) durante mais de dois minutos, porque Peter Pan já só perguntava quando é que era a viagem de barco outra vez (mas foi um herói e fez o percurso de regresso até aos cais pelo pé dele, sem um queixume).
Ainda tivémos tempo de voltar à praia, que já estava a abarrotar de gente, antes do regresso na mesma lancha, desta vez uma viagem mais calma, com direito a uns zigue-zagues para manter a emoção até ao fim.
Mas a maior emoção foi ouvir Peter Pan dizer, aos saltinhos de pura alegria, já no cais e depois de irmos cumprimentar e agradecer ao capitão, "este foi o melhor presente da minha vi-da!!"
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