sexta-feira, 27 de julho de 2018

Guilty Pleasure (X)



Thirty Seconds To Mars
Rescue Me

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Tão, mas tão bom!



Melhor do que a Edna, só mesmo o Zézé (e a cena do guaxinim).

(The Incredibles 2)


sábado, 21 de julho de 2018

Mais do que um sonho

Voltámos às dunas que te conquistaram. Uma semana de calções e chinelos. Areia nos cabelos e nos pés (e em todo o lado por onde passávamos). Azul nos olhos e na alma. Mergulhos no mar e enrolares-te em areia feito croquete. Jogar à bola e voleibol. Caracóis e imperiais (para mim, claro) e gelados. Fazer bolos de areia e "cozido à portuguesa brasileiro". Subir e descer dunas sem fim. Não ter horários a não ser os do sol perigoso. Agradecer a S. Pedro todos os dias, por não nos ter estragado as férias. Passear de mão dada pelo centro da cidade, devagar. Jantar na "nossa" esplanada privada. Enroscarmo-nos na cama a ver bonecada até adormeceres nos meus braços. Acordares sempre às 8 da manhã, e nem isso me deixar lixada, porque me fazes festinhas na cara até eu abrir os olhos. E depois sorris. E esse sorriso derrete-me o coração.


















quarta-feira, 18 de julho de 2018

O melhor presente

Tínhamos tido a ideia de levar Peter Pan às Berlengas no dia de anos dele, ía ser uma experiência nova, andar de barco e conhecer uma ilha, falar-lhe nos piratas era garantia de sucesso. Mas quando comprámos os bilhetes na primeira agência que encontrámos no cais, não sabíamos a sorte que íamos ter, porque eles são os únicos que fazem a viagem em lancha rápida, uma verdadeira montanha russa a exigir casacos oleados e coletes salva-vidas. A ida foi qualquer coisa de alucinante, havia agitação marítima, a lancha parecia que voava por cima das ondas, para depois embater com força e voltar a levantar a frente (sei lá eu se é a proa ou a popa...), e enquanto Peter Pan delirava eu tive ali dois ou três momentos de apreensão perante a força do mar e a altura das ondas.





Só aquela viagem já teria valido a pena pela excitação de Peter Pan, mas chegar à ilha e ver a praia minúscula aninhada entre as rochas, e aquele azul indescritível da água, deixou-me quase hipnotizada. Tivémos a sorte de ficar para último na visita de barco às grutas, e assim tivémos tempo de aproveitar a praia quase vazia de manhã. Nunca tinha estado numa praia em que conseguisse sentir o silêncio. Até Peter Pan falava mais baixo do que habitualmente, até ele sentiu que aquele lugar devia ser respeitado.




Fizémos a visita às grutas e descemos junto ao Forte de São João Batista, e daí subimos a pé até ao ponto mais alto da ilha, escadas intermináveis e íngremes mas que valeram cada degrau, porque a vista lá de cima é realmente de cortar a respiração, e sentimo-nos tão pequeninos perante aquela imensidão de mar azul. Não deu para manter este estado contemplativo e de comunhão com a natureza (gaivotas por todo o lado, esta é a casa delas) durante mais de dois minutos, porque Peter Pan já só perguntava quando é que era a viagem de barco outra vez (mas foi um herói e fez o percurso de regresso até aos cais pelo pé dele, sem um queixume).





Ainda tivémos tempo de voltar à praia, que já estava a abarrotar de gente, antes do regresso na mesma lancha, desta vez uma viagem mais calma, com direito a uns zigue-zagues para manter a emoção até ao fim.

Mas a maior emoção foi ouvir Peter Pan dizer, aos saltinhos de pura alegria, já no cais e depois de irmos cumprimentar e agradecer ao capitão, "este foi o melhor presente da minha vi-da!!"

Seis anos de toda a Vida



Tara Perdida
"Lisboa" 
(Tim e Rui Almeida)

Tens uma paixão herdada por Xutos e um fascínio especial por esta música. Recebeste uma viola de brincar e uma t-shirt igual à do pai a dizer "Who the fuck is Zé Pedro?", uma homenagem que te foi explicada (sem a parte do fuck) depois de tanta curiosidade sobre a história dele. Se quiseres seguir-lhe as pisadas, que seja (sem a parte da droga e do fígado destruído, por favor). Que sejas quem quiseres, desde que não percas esse sorriso lindo e solto, esse poder de observação do que te rodeia, essa curiosidade insaciável e imaginação sem limites, essa capacidade de argumentação astuta (e quando isso não chegar, o teu olhar de Gato das Botas ainda vai funcionando); até esse orgulho inflexível e esse espírito inconformado que às vezes me exasperam, mas com os quais aprendo a lidar todos os dias. Porque são a tua identidade, aquilo que te torna único, um menino-rapaz de joelhos negros e olhos azul-céu, cara de poucos amigos para esconder a timidez, mas doce e carinhoso com quem te sentes seguro, que mais depressa chora com uma frustração do que com uma queda, que não dá beijos e abraços a ninguém mas que (ainda) me deixas encher-te de beijos (em casa, só em casa), que dá palpites sobre todos os assuntos e defende as suas ideias com unhas e dentes (mesmo que não tenhas razão nenhuma), e que ainda está a aprender a ganhar confiança em si próprio, a ser otimista e a gerir as adversidades.
Que sejas quem quiseres. Eu só quero que sejas feliz.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Embalar(-me) (LIV)




Lady Gaga
"Million Reasons"
(Live At Royal Variety Performance)

sábado, 7 de julho de 2018

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Agridoce (IV)

No dia em que o meu pai faria 65 anos, o meu filho está alegremente "barricado" em casa dos avós paternos, para onde foi há dois dias e de onde não quer sair, onde dorme sozinho com a plena consciência que os pais não estão lá perto, onde segue o avô por todo o lado, como uma sombra, onde passa os dias no meio da terra e a comer todos os doces que só os avós têm o direito de dar. Está bronzeado e com as mãos e pés tão encardidos que nem com palha de aço o surro vai sair todo. Pareceu-me mais magro quando o fui visitar hoje, num primeiro vislumbre de saudade, mas depois percebi que ele está mais alto, ele cresceu em dois dias e as pernas esticaram, cheias de nódoas negras e esfoladelas de quem não pára quieto. Ele está feliz e a criar memórias de infância inestimáveis, daquelas que marcam para a vida. E eu só posso estar grata por ele ter ainda quem lhe possa dar esse amor insubstituível, e essa visão de um mundo cheio de couves e árvores de fruto, ratoeiras e mangueiras, um quintal para jogar à bola e grelhados no carvão. 
No dia em que o meu pai faria 65 anos, senti com mais força esta pena por eles não se terem conhecido, não se terem tocado e brincado juntos, por não poder ver nos olhos dele o orgulho desmedido que tería pelo neto, por não poder vê-lo a fazer-lhe as vontades todas, a dar-lhe a mão para irem ao café, a mostrar-lhe a sua Serra, a contar-lhe histórias de Angola e de mecânica. Senti as saudades que já não doem misturadas com a alegria genuína de ver um filho feliz, pois é só isso que posso pedir e agradecer, este filho saudável e feliz, curioso e desenrascado, obstinado e mimado, confiante o suficiente para, depois do jantar, me dizer como quem não quer a coisa "já podes ir embora, mãe..." (enquanto me empurrava ligeiramente para eu me levantar mais rápido...). E vim, sem peso no coração nem dor na alma, porque o que estou a perder não tem comparação com o que ele está a ganhar, em memórias e afetos, crescimento interior, autonomia e independência. Porque ele está a crescer, não só em altura de pernas, mas em largura de horizontes.