Há uma frase de um filme que diz "Ter um filho é como fazer
uma tatuagem na cara: tens de ter a certeza." Sempre tive essa certeza.
Anos antes deste dia, e todos os dias destes quatro anos que passaram.
Todas as
manhãs em que Peter Pan entra de mansinho no quarto, a almofada numa mão e o
peluche na outra, para se vir enroscar nos meus braços, fazer-me festas na
cara, e estender-me a bochecha e o queixo para que os encha de beijos.
Todos os
dias em que ele dá respostas tortas ("as desculpas não se pedem,
evitam-se"), faz birra porque não quer tomar banho, pedincha bolachas e
rebuçados antes das refeições, quer tocar tambor e jogar à bola dentro de casa,
e mostra a personalidade forte que se está a formar por detrás daqueles olhos
azul-céu pestanudos.
E todas as noites em que me ajoelho ao lado da cama dele
para beijá-lo e cheirá-lo antes de me ir deitar. E é assim, de joelhos, que
agradeço a Deus por me ter permitido ser mãe, por me ter dado este filho
carinhoso e saudável, este menino-anjo que me enche o coração de ternura e de
Amor, puro, incondicional, visceral, que me faz querer ser melhor pessoa, um
exemplo a seguir, o porto de abrigo e o colo reparador, sempre por ele e para ele.
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