Consigo arrancar-te de casa depois de te subornar com uma sombrinha gigante de chocolate. Vamos espreitar uma loja nova e compramos uns carimbos de esponja giros para fazer pinturas. Paramos numa esplanada para beber um café ao sol, seguimos para o parque e brincamos na casinha e no escorrega, tiramos fotos e faço-te cócegas. Vamos buscar o pai, que traz pão e a tua bicicleta, seguimos para o Jardim das Rosas, damos bocadinhos de pão aos patos e podes andar de bicicleta à vontade. Ficas curioso com as bancas da Feira de Velharias que se estende ao longo da avenida, seguimos devagar pelo meio das pessoas, tu na tua bicicleta a distraíres-te a cada segundo com objetos que nunca tinhas visto, nós a avisar "direita, agora em frente, agora esquerda.." perante os sorrisos de quem passava e achava(-te) graça. No fim da rua um dos teus restaurantes preferidos, entramos para almoçar, comes batatas fritas deliciado por ser algo tão raro, e vejo-te pela primeira vez a usar os pauzinhos, com genuína surpresa e ainda mais orgulho por estares tão crescido e independente. Voltamos a percorrer a feira devagar enquanto apontas para os montes de brinquedos ou espadas enferrujadas, um piano ou garrafas de Coca-Cola e Sumol vazias. Adormeces no carro a caminho da outra feira, a das esculturas de balões e carrósseis, para onde olhas fascinado pelos movimentos, mas ainda não quiseste andar. Andas de bicicleta no meio da multidão e és feliz no meio de tanta confusão. Regressamos a casa com um saco de pão com chouriço e pão com farinheira para o lanche, fazes uma birra de sono descomunal "quero um peluche do Minion!!!" até te pegar ao colo e aninhar nos meus braços, até te enroscares no meu abraço e acabarmos assim um dia que não tinha planos, mas que foi cheio e te fez tão feliz.
(E eu sou feliz com o teu sorriso).
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