E se não houvesse cores? E se não houvesse emoções? Nem música? Ou poesia? Se ninguém soubesse o que é um livro? Nem tivesse de tomar nenhuma decisão sobre o rumo da sua vida? E se ninguém sentisse tristeza, nem dor emocional, nem ódio? Mas também não sentisse alegria, comoção, amor?
(Acabei a manta que estava fechada num cesto desde que a mãe faleceu. Porque cada quadrado de lã, feito por ela com toda a dedicação, tinha ainda a imagem das suas mãos e a memória do que perdi. Acabei a manta e senti-me vazia. Já não tinha nada para ocupar os dedos e serenar a mente nas noites solitárias. Senti saudades de ver filmes. De viver outras vidas, ver outros lugares, ouvir bandas sonoras e citações que insistem em não me largar por dias a fio. Comecei pelo The Giver - O Dador de Mémórias. Foi sem querer. Mas foi tão apropriado.)
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