Quase todos os meninos passam por uma fase em que querem ser bombeiros quando forem grandes. Mas depois passa-lhes. Ninguém escolhe a profissão de bombeiro pelo dinheiro ou prestígio de uma grande carreira. Pode até ser pela adrenalina ou pela possibilidade de conduzir ambulâncias em excesso de velocidade e por sentidos proibidos e sinais vermelhos. Mas ser bombeiro não é isso (ou não é só isso). É carregar com velhotas de mais de cem kilos pelas escadas até um quarto andar. Ver um menino de três anos morrer-lhe nos braços depois de cair de uma varanda. Ou ter de fazer um parto de emergência. E para isso é preciso muito mais do que a vontade que os jovens de dezassete anos têm quando se inscrevem como voluntários.
O meu puto mais novo é bombeiro. De profissão. De vocação. Faz o que adora. Aprende tudo o que pode, numa ânsia constante de ser melhor. Hoje foi a cerimónia em que subiu a bombeiro de 1ª. E recebeu uma medalha por dez anos de serviço. Hoje foi um dia de orgulho imenso para ele e para nós, a família toda reunida para partilhar um momento tão importante para ele (terías sido tu a colocar-lhe as divisas nos ombros. O N. substituiu-te como padrinho. Viste como ele estava feliz por estarmos todos presentes?)
"Passou tudo tão depressa / nunca te falei de mim / o que digo não importa / o que sinto talvez sim."
sábado, 30 de junho de 2012
Momentos (CLXXXV)
Celebrar o aniversário do N. com um almoço de família e um bolo que era a cara dele,
matar saudades dos meus pequenos, e deliciar-me com a doçura da L., com as (muitas) palavras que já diz, com os mimos que dá ao irmão, com os seus caracóis cada vez mais compridos e os olhos cada vez mais expressivos,
e tirar a primeira fotografia a três...
matar saudades dos meus pequenos, e deliciar-me com a doçura da L., com as (muitas) palavras que já diz, com os mimos que dá ao irmão, com os seus caracóis cada vez mais compridos e os olhos cada vez mais expressivos,
e tirar a primeira fotografia a três...
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Um coração gigante
Pedro. O nosso filho vai chamar-se Pedro. Por causa do dia de hoje. Dia de São Pedro. Dia em que nasceu o meu irmão. O "padrinho", mesmo que cheguemos à conclusão que não queremos baptizá-lo. Sempre soube que o N. sería o padrinho do meu primeiro filho, sem hipótese de considerar sequer outra pessoa. A adoração que lhe tenho é de sempre, a admiração tem crescido ao longo dos anos em que o vi crescer e transformar-se no homem que é hoje. Mas nenhuma transformação foi tão rápida ou drástica como vê-lo tornar-se pai. O meu irmão não pegava num bebé ao colo. Ou então ficava teso e nem se mexia de tão desconfortável. Agora passa noites a tomar conta da filha quando a C. faz turnos. Diz-me pelo telefone, cheio de ternura, depois de um dia de trabalho "vou para casa dar a papa à minha Shreka e deitá-la". Acompanha os TPC's do meu sobrinho, incute-lhe regras, educa-o, e também rebola com ele no chão em sessões de wrestling.
Há coisa de duas ou três semanas, telefonou-me num sábado à tarde a perguntar se eu estava em casa "então já aí passamos". Pensei que viesse com a família toda, mas entrou-me pela porta seguido só do meu puto mais novo. Eu sabia que o L. estava a passar uma má fase conjugal, a gravidez da S. não estava a ser nada fácil, com uma série de complicações, incluindo ameaça de aborto, e tudo junto estava a afectá-los psicologicamente e enquanto casal. E o meu irmão, com o seu coração gigante, só disse ao mais novo "estás a precisar de ir falar com o pai". E assim foi buscá-lo aos Bombeiros depois de um turno nocturno, levou-o à Serra e deixou-o sozinho na campa (desta vez não teve de saltar o muro do cemitério), para que ele pudesse desabafar tudo e encontrar ali um alívio que mais ninguém lhe podia dar. Ao vê-los ali à minha frente, o L. com os olhos inchados e vermelhos da directa que tinha em cima e do choro que o acalmou, e o N. cansado das várias horas a conduzir, mas com um sentimento de dever cumprido, senti um imenso orgulho. Porque fazer o que o N. fez naquele dia requer generosidade. Sensibilidade. Empatia. Preocupação com o próximo. Coração.
O meu irmão é assim. Hoje faz 33 anos. E acho que não sabe nem sonha o quanto o adoro, o admiro, me orgulho dele.
Há coisa de duas ou três semanas, telefonou-me num sábado à tarde a perguntar se eu estava em casa "então já aí passamos". Pensei que viesse com a família toda, mas entrou-me pela porta seguido só do meu puto mais novo. Eu sabia que o L. estava a passar uma má fase conjugal, a gravidez da S. não estava a ser nada fácil, com uma série de complicações, incluindo ameaça de aborto, e tudo junto estava a afectá-los psicologicamente e enquanto casal. E o meu irmão, com o seu coração gigante, só disse ao mais novo "estás a precisar de ir falar com o pai". E assim foi buscá-lo aos Bombeiros depois de um turno nocturno, levou-o à Serra e deixou-o sozinho na campa (desta vez não teve de saltar o muro do cemitério), para que ele pudesse desabafar tudo e encontrar ali um alívio que mais ninguém lhe podia dar. Ao vê-los ali à minha frente, o L. com os olhos inchados e vermelhos da directa que tinha em cima e do choro que o acalmou, e o N. cansado das várias horas a conduzir, mas com um sentimento de dever cumprido, senti um imenso orgulho. Porque fazer o que o N. fez naquele dia requer generosidade. Sensibilidade. Empatia. Preocupação com o próximo. Coração.
O meu irmão é assim. Hoje faz 33 anos. E acho que não sabe nem sonha o quanto o adoro, o admiro, me orgulho dele.
(Fiquei muito mais descansada...) II
- Acho que tenho a barriga mais descaída. Não achas?
(Depois de olhar para mim com ar de "mais vale dizer-te que sim de qualquer forma..." e ainda lançar uma explicação mais do que lógica sobre o puto poder estar mais enrolado só porque lhe apetece e também tem direito...)
- Mas não te preocupes que ele não cai...
(Depois de olhar para mim com ar de "mais vale dizer-te que sim de qualquer forma..." e ainda lançar uma explicação mais do que lógica sobre o puto poder estar mais enrolado só porque lhe apetece e também tem direito...)
- Mas não te preocupes que ele não cai...
terça-feira, 26 de junho de 2012
Pensamento recorrente
Desde que o balão insuflado que trago aqui pendurado à frente me impede de ver as unhas dos pés, só consigo pensar naqueles homens que têm uma pança enorme, e como deve ser triste olharem para baixo e não conseguirem ver o que têm no meio das pernas...
(Não é um pensamento muito digno, é verdade, mas dá-me pena, coitados...)
(Não é um pensamento muito digno, é verdade, mas dá-me pena, coitados...)
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Dar ideias
Depois de ver umas fotos deste género que lhe enviei por email:
"Tas mesmo para explodir ainda tens de usar uma mochila com uns pesos para fazer contra-peso"
(A minha Paula é que sabe...)
"Tas mesmo para explodir ainda tens de usar uma mochila com uns pesos para fazer contra-peso"
(A minha Paula é que sabe...)
quarta-feira, 20 de junho de 2012
terça-feira, 19 de junho de 2012
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Tenho de jogar no Euromilhões...
Ontem, assim do nada e só porque estávamos a falar do que tínhamos de fazer no fim de semana, ele sai-se com um "não te esqueças que no domingo temos um baptizado".
F&$%#", f&$%#", f&$%"#, nunca mais me tinha lembrado disso!! Ainda nem sequer comprámos uma prenda para o puto!! E pior ainda, o verdadeiro drama - O QUE É QUE EU VISTO?!?!
Toca de sacar do armário todos os vestidos minimamente apresentáveis para entrar numa igreja, e experimentá-los um a um. Não sabia se havia de rir ou de chorar. Aquilo cabia tudo nas ancas, nos ombros, mas quando chegava à curva da barriga... não passava nada...
Hoje, em desespero de causa já estava a planear ligar à A. e pedir-lhe um trapinho qualquer para desenrascar, de certeza que teve de ir a algum casamento durante as três gravidezes, e ela tem bom gosto e muito estilo, qualquer coisa que me empreste é melhor do que parecer um barril com pernas apertado em tecido rendado...
No escritório comentei com a R. o meu problema, e a resposta foi música inesperada para os meus ouvidos: "olha, tenho ali no carro um vestido que usei num casamento quando estava grávida de 8 meses e meio, ía mandar apertá-lo hoje...".
É de cetim preto, simples e acenta-me como uma luva.
(A minha mãe sempre disse que nasci com o cú virado para a lua...).
F&$%#", f&$%#", f&$%"#, nunca mais me tinha lembrado disso!! Ainda nem sequer comprámos uma prenda para o puto!! E pior ainda, o verdadeiro drama - O QUE É QUE EU VISTO?!?!
Toca de sacar do armário todos os vestidos minimamente apresentáveis para entrar numa igreja, e experimentá-los um a um. Não sabia se havia de rir ou de chorar. Aquilo cabia tudo nas ancas, nos ombros, mas quando chegava à curva da barriga... não passava nada...
Hoje, em desespero de causa já estava a planear ligar à A. e pedir-lhe um trapinho qualquer para desenrascar, de certeza que teve de ir a algum casamento durante as três gravidezes, e ela tem bom gosto e muito estilo, qualquer coisa que me empreste é melhor do que parecer um barril com pernas apertado em tecido rendado...
No escritório comentei com a R. o meu problema, e a resposta foi música inesperada para os meus ouvidos: "olha, tenho ali no carro um vestido que usei num casamento quando estava grávida de 8 meses e meio, ía mandar apertá-lo hoje...".
É de cetim preto, simples e acenta-me como uma luva.
(A minha mãe sempre disse que nasci com o cú virado para a lua...).
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Eu e as multidões...
"Estes sim, são adeptos a sério. Mesmo depois da sua selecção estar a perder por 4-0 e o jogo estar quase no fim, eles não deixam de incentivar os seus jogadores e cantam em plenos pulmões durante os últimos 6 minutos e até todos os jogadores da sua selecção terem saído do relvado para os balneários. Foi arrepiante ouvi-los durante o jogo e continua a ser arrepiante quando estou a ver o vídeo que deixo de seguida. Todos os adeptos da selecção da República da Irlanda que estiveram hoje no estádio a puxar pela sua selecção merecem o meu enorme respeito."
(Não podia estar mais de acordo).
"Fields of Athenry"
Final do jogo Irlanda vs Espanha
(Euro 2012)
(Não podia estar mais de acordo).
"Fields of Athenry"
Final do jogo Irlanda vs Espanha
(Euro 2012)
segunda-feira, 11 de junho de 2012
(Fiquei muito mais descansada...)
- Uma das aulas vai ser para casais, e a essa gostava que fosses.
- É para aprender o quê? A mudar fraldas? Com nenucos?
- Não, é para aprender o que podes fazer para me ajudar na altura do parto.
- Ah, mas isso eu já sei, levo um bocado de madeira e meto-to na boca para morderes, e depois gritas à vontade...
domingo, 10 de junho de 2012
Valeu a pena agrafar um dedo...
A porta do armário do meu sogro ficou linda, a caixa forrada também (desde que ninguém olhe para o interior cheio de agrafos...), os sapatos já estão todos arrumados, só faltam as botas (ainda tenho de me encher de paciência para forrar a outra caixa), Peter Pan já tem banheira e colchão para a cama de grades, a roupa dele está toda lavada, passada a ferro e arrumada no armário, os peluches já estão lavados e troquei-lhes as fitas vermelhas por laços azuis, a mala para a maternidade já está pronta e o kit de criopreservação de células estaminais já chegou.
A minha necessidade obsessiva de controlo está - quase - satisfeita...
(O carro com o ovo, falta o carro com o ovo...)
A minha necessidade obsessiva de controlo está - quase - satisfeita...
(O carro com o ovo, falta o carro com o ovo...)
quinta-feira, 7 de junho de 2012
quarta-feira, 6 de junho de 2012
terça-feira, 5 de junho de 2012
Rever os clássicos
A única vantagem de estar sozinha, esta semana, no escritório (já não lhe posso chamar "solário", já tenho uma janela de onde vejo todos os dias o pôr do sol sobre os campos cultivados da quinta que abarca o meu horizonte) é que posso ouvir a música que me apetece.
Buena Vista Social Club
"Chan Chan"
Buena Vista Social Club
"Chan Chan"
sábado, 2 de junho de 2012
Ver o futuro
Pinturas para bebés, esparguete azul e cor de rosa, e (uma espécie de ) plasticinas, tudo comestível, tudo propício para a animação e mais completa javardeira. A M. e o J. adoraram, a J. deixou-se ficar sossegada no seu ovo até adormecer sozinha, depois de ter puxado a fralda de pano até tapar a cara, como ela gosta (um doce...).
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