"Passou tudo tão depressa / nunca te falei de mim / o que digo não importa / o que sinto talvez sim."
segunda-feira, 31 de dezembro de 2018
sábado, 29 de dezembro de 2018
O nosso Natal (III)
(Depois de massacrar os putos todos para não levarem nenhum liquido nas mochilas... quem é que passou no raio-x do aeroporto com uma garrafa de água na mala, obviamente?...)
Era a primeira vez que a L. e o D. iam andar de avião. Fazer a viagem com três putos era uma enorme responsabilidade, mesmo sendo o D. praticamente um adulto, e dos miudos mais atinados que eu conheço. Só queria garantir que não perdia nenhum deles de vista, e que conseguíamos passar pela segurança sem grandes stresses, mesmo com as autorizações de saída assinadas pelos pais no Consulado. Afinal, ninguém me pediu nenhum documento para além dos passaportes, os tempos de espera quase não se notaram (benditos tablets...), e eles portaram-se como se já fizessem isto desde que nasceram. Foi giro ver Peter Pan a dar informações à prima sobre o que devia fazer, como se fosse um expert na matéria, e mais ainda ver a reação da L. na descolagem e na aterragem, o mesmo olhar deslumbrado, a mesma expressão de excitação e nervoso miudinho.
No aeroporto de Lisboa entreguei-os à avó com uma sensação de dever cumprido, e pedi ao L. para nos levar a um sítio que tivesse... sopa. Para além do café, foi do que mais senti falta.
Era a primeira vez que a L. e o D. iam andar de avião. Fazer a viagem com três putos era uma enorme responsabilidade, mesmo sendo o D. praticamente um adulto, e dos miudos mais atinados que eu conheço. Só queria garantir que não perdia nenhum deles de vista, e que conseguíamos passar pela segurança sem grandes stresses, mesmo com as autorizações de saída assinadas pelos pais no Consulado. Afinal, ninguém me pediu nenhum documento para além dos passaportes, os tempos de espera quase não se notaram (benditos tablets...), e eles portaram-se como se já fizessem isto desde que nasceram. Foi giro ver Peter Pan a dar informações à prima sobre o que devia fazer, como se fosse um expert na matéria, e mais ainda ver a reação da L. na descolagem e na aterragem, o mesmo olhar deslumbrado, a mesma expressão de excitação e nervoso miudinho.
No aeroporto de Lisboa entreguei-os à avó com uma sensação de dever cumprido, e pedi ao L. para nos levar a um sítio que tivesse... sopa. Para além do café, foi do que mais senti falta.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2018
O nosso Natal (II)
Casinhas de tijolo e mercados de rua. Um parque imenso e lutas de cócegas no sofá. Algodão doce e patinagem no gelo (Peter Pan não quis ir, mas a L. adorou!). Andar num autocarro de dois andares de nariz tapado (porque o tipo ao lado não devia ver água há mais de um mês). Filmes embrulhados em mantas e deixá-los empanturrarem-se em doces. Um casino para crianças e brinquedos a preços de saldo. A loucura de conseguir dormir uma sesta no sofá enquanto os putos jogavam, entretidos. O abraço do meu irmão, e a felicidade de Peter Pan por ter alguém da idade dele com quem brincar (mesmo quando se chateavam com os bonecos).
quarta-feira, 26 de dezembro de 2018
O nosso Natal (I)
Quando comprei os voos para Manchester a ideia era ir ver a minha família, passar o dia de anos da minha afilhada, e levar Peter Pan no seu primeiro voo internacional.
Quando o meu irmão me ligou a dizer que vinha embora, e se eu não me importava de trazer os putos de avião no regresso, o meu coração respirou de alívio. Sabia que ele não estava feliz. Sentia-o na voz dele, sempre que falávamos ao telefone. "Tudo acontece por uma razão". Se nunca tivessem ido, se não tivessem arriscado, ficaríam sempre a teimar como tería sido, se era uma oportunidade de vida ou um engano. Assim, arriscaram, e aprenderam que o dinheiro que se ganha, por mais que seja, não compensa as saudades da família, a companhia dos amigos, a luz do sol e dos corações que país nenhum consegue imitar. O dinheiro não é tudo. E há lições que só se aprendem na pratica.
Peter Pan quis fazer o saco dele três dias antes da viagem, andava excitado e aos saltinhos, e mesmo com todos os tempos de espera no aeroporto, portou-se como um homem em miniatura, e voltou a sentir as borboletas na barriga da descolagem, sorriso rasgado e olhos esbugalhados em direção às nuvens.
(Que seja a primeira de muitas viagens que faças pelo mundo fora, meu amor...)
Quando o meu irmão me ligou a dizer que vinha embora, e se eu não me importava de trazer os putos de avião no regresso, o meu coração respirou de alívio. Sabia que ele não estava feliz. Sentia-o na voz dele, sempre que falávamos ao telefone. "Tudo acontece por uma razão". Se nunca tivessem ido, se não tivessem arriscado, ficaríam sempre a teimar como tería sido, se era uma oportunidade de vida ou um engano. Assim, arriscaram, e aprenderam que o dinheiro que se ganha, por mais que seja, não compensa as saudades da família, a companhia dos amigos, a luz do sol e dos corações que país nenhum consegue imitar. O dinheiro não é tudo. E há lições que só se aprendem na pratica.
Peter Pan quis fazer o saco dele três dias antes da viagem, andava excitado e aos saltinhos, e mesmo com todos os tempos de espera no aeroporto, portou-se como um homem em miniatura, e voltou a sentir as borboletas na barriga da descolagem, sorriso rasgado e olhos esbugalhados em direção às nuvens.
(Que seja a primeira de muitas viagens que faças pelo mundo fora, meu amor...)
sábado, 8 de dezembro de 2018
quarta-feira, 5 de dezembro de 2018
terça-feira, 4 de dezembro de 2018
Mais do que olhar (Varsóvia II)
Ficar de boca aberta com as prateleiras e prateleiras de vodka nos supermercados (é o aquecimento central deles...), beber chocolate quente no Wedel's, e babar para cima das estantes carregadas de chocolates de todas as formas e sabores. Comer pierogis e mulled wine num bistro escondido perto das muralhas. Passear pelo mercadinho de Natal e jantar no Zapiecek com a sua loiça de faiança típica e comida caseira (mais pierogis e mulled winer com rum...).
segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
Mais do que olhar (Varsóvia I)
Depois de hora e meia fechada dentro do avião à espera que o nevoeiro levantasse, para podermos descolar, depois de quatro horas de voo e 500 kilómetros de carro, o melhor de Zielona Gora foi um jantar de pasta no restaurante vazio do hotel, com uma garrafa de vinho fresco para descomprimir.
No dia seguinte voltamos a Varsóvia, e temos tempo de passear pelo centro histórico da cidade, comprar matrioskas e voltar ao Grand Kredens com direito a banda a tocar ao vivo (e o ambiente aconchegante de sempre).
domingo, 2 de dezembro de 2018
Voar
A sensação é sempre a mesma. Levantar voo, ver os prédios, as estradas, os carros, a ficarem cada vez mais pequenos, e relativizar o tamanho que pensamos que temos quando o vemos assim, em comparação com o céu infinito. Saber que vou aterrar noutro país, noutra cultura, ouvir outra língua e ver mundo, o mundo para lá do que conheço, que me enriquece e abre os horizontes, me torna mais forte e tolerante. Agradecer sempre cada oportunidade que tenho de voar e de me encher deste mundo tão grande, para lá das nuvens.
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