Peter Pan ainda não gatinha mas já se arrasta fincando os pés e batendo com as palmas das mãos com muita força no chão. Ou então anda à volta sobre o eixo daquela pequena pança adorável. Ralha imenso de dedo estendido para a nossa cara, fala pelos cotovelos (gostava tanto de perceber o que quer dizer) e as feições dele estão a mudar outra vez.
Ando a curar uma rinofaringite em estado avançado. Duas semanas de tosse de cão daquelas assustadoras antes de me decidir a ir a uma urgência no hospital. Raio-x e anti-histamínico para a veia. Dois antibióticos e outros dois medicamentos para continuar a tomar em casa. Proteger-me de mudanças bruscas de temperatura e beber litros e litros de líquidos (sem alcool, de preferência...). A tosse está muito melhor. Agora ando ranhosa. E ele diz que eu pareço uma velha a tomar medicamentos a todas as refeições.
Há dois dias atrás, Peter Pan estava sentado á frente do pai a tentar meter o chinelo dele na boca. O pai não deixava, uma vez, duas vezes, e à terceira teve a ideia luminosa de se virar de costas para ele para morder o chinelo descansado, a pensar "se ele não vir o que eu estou a fazer, a coisa corre bem". Não correu, claro, mas valeu a intenção...
Hoje deu-me na real gana de pedir à cabeleireira para me cortar a franja. Fomos comprar o material necessário para o pequeno buda iniciar a natação na próxima semana,e trouxemos a reboque três embalagens de gelado que combinam tão bem com noites no sofá. O nosso almoço acabou em javardeira.
E ele acabou de entrar em casa com uma pizza com aspecto delicioso.
"Passou tudo tão depressa / nunca te falei de mim / o que digo não importa / o que sinto talvez sim."
sábado, 31 de agosto de 2013
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Como devería ser sempre
Assim do nada, a meio de uma conversa, pergunta-me "não notas nada de diferente em mim?". Não, realmente não notei, ela está na mesma, mas depois da pergunta repetida revi naqueles olhos a ânsia que tive um dia de mostrar ao mundo a minha felicidade em forma de uma barriga minúscula e que só eu pensava que já se notava que estava a crescer.
Um bebé desejado e planeado, que veio num ápice, na altura certa. (Devia ser sempre assim).
Um bebé desejado e planeado, que veio num ápice, na altura certa. (Devia ser sempre assim).
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Isto não é só sorrisos (IV)
Ele chama-me à casa de banho onde está a dar banho a Peter Pan. Quando entro, vejo-o com o puto seguro pelos braços, bem afastado do corpo dele, e dois bocados de cocó enormes a boiar na água da banheira (só nos faltava esta...).
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Upgrade
Peter Pan dormiu o seu primeiro ano de vida num berço de madeira lindo e cheio de significado, porque pertenceu ao pai e foi restaurado com todo o carinho pelo avô.
Agora, que aquelas protecções ameaçam já não conseguir impedi-lo de se baldar para o chão a qualquer momento, vai passar a dormir numa cama de grades igualmente bonita e cheia de história, porque pertenceu à madrinha e tem mais de vinte anos.
Agora, que aquelas protecções ameaçam já não conseguir impedi-lo de se baldar para o chão a qualquer momento, vai passar a dormir numa cama de grades igualmente bonita e cheia de história, porque pertenceu à madrinha e tem mais de vinte anos.
sábado, 10 de agosto de 2013
Momentos (CCXII)
Um dia inteiro de praia como antigamente, só para mim. Com a Paula, claro, férias já não são férias sem uns dias passados juntas. Apesar da ponta de remorsos que me fez andar a enviar sms quase de hora a hora para saber como estava Peter Pan entregue aos cuidados do pai (até ele deixar de responder porque já se estava a passar comigo... com razão, pronto...) soube-me pela vida poder estender-me ao sol sem pensar em nada, dormitar e só me voltar quando a pele avisava que o sol estava a ficar muito quente, ouvir o som do mar (o mais relaxante, o que me devolve a energia vital), ler uma revista toda de seguida, ir para a sombra e adormecer de novo, beber uma caipirinha de maracujá e almoçar fora de horas. E repetir tudo à tarde.
Receber os meus dois amores como se já não os visse há dias, num final de tarde perfeito, ouvir como correu o dia (Peter Pan rabujento por causa de mais um dente a romper, e fez cocó no tapete...) e brincar com o pequeno buda que só queria andar (agarrado pelas nossas mãos, que ainda não se aguenta em pé sozinho), feliz à beira-mar a levar com as ondas nas pernas e na barriga, sem um esgar pela água gelada, enquanto eu me arrepiava de o ver assim ("se amanhã não estiveres doente, és mesmo rijo...").
(Vivesse eu ao pé do mar, e os meus finais de tarde seríam sempre assim...)
Receber os meus dois amores como se já não os visse há dias, num final de tarde perfeito, ouvir como correu o dia (Peter Pan rabujento por causa de mais um dente a romper, e fez cocó no tapete...) e brincar com o pequeno buda que só queria andar (agarrado pelas nossas mãos, que ainda não se aguenta em pé sozinho), feliz à beira-mar a levar com as ondas nas pernas e na barriga, sem um esgar pela água gelada, enquanto eu me arrepiava de o ver assim ("se amanhã não estiveres doente, és mesmo rijo...").
(Vivesse eu ao pé do mar, e os meus finais de tarde seríam sempre assim...)
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Estado de choque
Pela primeira vez Peter Pan empurra as minhas mãos para que não o agarre, porque quer ir para o chão.
(A seguir vai afastar-me quando quiser enchê-lo de beijos ou estrafegá-lo com mimo...
Acho que vou entrar em depressão...)
(A seguir vai afastar-me quando quiser enchê-lo de beijos ou estrafegá-lo com mimo...
Acho que vou entrar em depressão...)
terça-feira, 6 de agosto de 2013
Lenha para me queimar *
Começar a fazer caminhadas de uma hora a passo militar com a Paula, viciada em corrida e ginásio. Eu meto-me com a tropa e depois dá nisto. Bruta como as portas, a empurrar o carrinho de Peter Pan até fazer vento. E eu a arrastar-me desajeitadamente para tentar acompanhar a pedalada dela. O pequeno buda agradece, uma hora de passeio a tagarelar ou muito calado a ouvir-nos falar. O espelho também há-de agradecer, quando conseguir perder os quatro kilos que ganhei de-pois de deixar de amamentar (erro meu, para a próxima já não vai acontecer...). A este ritmo (e para quem não se mexia há quase dois anos) não vai demorar muito...
* Ou Momento-número-não-sei-quantos, porque uma hora de conversa com a minha melhor amiga e na companhia do meu amor pequenino, pelo parque relvado junto à água, é das melhores formas de passar um final de tarde de verão.
* Ou Momento-número-não-sei-quantos, porque uma hora de conversa com a minha melhor amiga e na companhia do meu amor pequenino, pelo parque relvado junto à água, é das melhores formas de passar um final de tarde de verão.
sábado, 3 de agosto de 2013
Hoje é dia de festa...
Tínhamos pensado seriamente em não fazer festa de aniversário para Peter Pan, este ano. Mas depois reconsiderámos, e apesar de sabermos que ía ser uma ocasião mais para nós do que para ele, que quer é sopas (ou fruta, ou bolachas, ou areia, qualquer coisa que possa comer) e descanso, decidimos que sim, que queríamos juntar a família e os amigos mais chegados e festejar como deve de ser este primeiro ano do nosso pequenino. Fiz uma lista de convidados e uma lista de compras e ontem à noite andei feita barata tonta a fazer gelatinas e patés, mousse de chocolate, quiche e queques e pudim, enquanto ele e a Paula davam aos pulmões a encher mais de sessenta balões porque eu inventei que queria fazer uma espécie de photobooth com um arco de balões, para irmos tirando fotos de Peter Pan com todos os convidados.
Apesar de algumas faltas de peso (os meus irmãos não puderam vir, as minhas afilhadas também não, e tu, faltas-me sempre tu nestes dias, para te derreteres como o resto dos avós e as bisavós, não é a mesma coisa estares a ver ao longe sem poderes tocar nele e pegá-lo ao colo...) conseguimos um ambiente alegre com muita brincadeira para os putos e toda a atenção para Peter Pan que andou de colo em colo, bem-disposto e nada incomodado com tanta agitação e tantas pessoas à volta dele. Até o bolo de aniversário que eu orgulhosa fiz questão de fazer, depois de o recheio de mousse de chocolate branco ter começado a derreter por todo o lado, acabou por ficar com bom aspecto e ainda melhor sabor.
Apesar de algumas faltas de peso (os meus irmãos não puderam vir, as minhas afilhadas também não, e tu, faltas-me sempre tu nestes dias, para te derreteres como o resto dos avós e as bisavós, não é a mesma coisa estares a ver ao longe sem poderes tocar nele e pegá-lo ao colo...) conseguimos um ambiente alegre com muita brincadeira para os putos e toda a atenção para Peter Pan que andou de colo em colo, bem-disposto e nada incomodado com tanta agitação e tantas pessoas à volta dele. Até o bolo de aniversário que eu orgulhosa fiz questão de fazer, depois de o recheio de mousse de chocolate branco ter começado a derreter por todo o lado, acabou por ficar com bom aspecto e ainda melhor sabor.
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