sábado, 5 de outubro de 2019

Mais do que olhar (Bonn e Colónia I)





As cidades alemãs são cinzentas e escuras, a eficiência alemã já não é o que era, e a delinquência e insegurança nas ruas é cada vez mais notória. Mas de dois em dois anos voltamos à maior feira, que me deixou tão deslumbrada da primeira vez, pela enormidade dos pavilhões e imensidão das multidões, e agora me deixa quase indiferente, talvez por perceber que é mais do mesmo, só com outras imagens e outras marcas.
Vale por tudo o resto, por voltar a ser feliz nos lugares que nos tocam, e cimentar esta geografia sentimental cada vez mais cheia e plena. Como pedir mesa no maravilhoso Fruh - que só é uma espécie de Casa dos Pastéis de Belém em versão cervejaria, incontornável em Colónia - a abarrotar de gente, e dizerem-nos para nos sentarmos onde conseguissemos, porque ninguém ia reparar que tínhamos passado à frente dos grupos à espera, à porta. Cerveja à discrição (o segredo é pôr um pousa-copos a tapar o nosso copo, senão eles continuam a servir até cairmos para o lado), uma salsicha XXL com batatas de lamber os dedos, e um joelho de porco com um aspeto divinal saído da linha de enchimento sem parar que é aquela cozinha, numa sala acolhedora e animada como não temos ideia que os alemães podem ser.

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