"Passou tudo tão depressa / nunca te falei de mim / o que digo não importa / o que sinto talvez sim."
quinta-feira, 18 de julho de 2019
Sete anos de amar-te.
"Amar um filho é enroscá-lo no colo com medo que o tempo passe. Com medo que o tempo corra. É abraçar o momento de forma simples, efémera, mas eterna. Com os dois braços apertados, fazê-lo perdurar para além das noites em claro e dos dias de novas ânsias. Amar um filho é contemplar um rosto e sabê-lo de cor. Durante o sono. Durante o choro. E é embalar no peito que estremece de medo, aquele ser pequenino que um dia cresce. Tem que crescer.
Amar um filho é querer guardar tudo. O cheiro. Os gemidos baixinhos e os gritos que enlouquecem. Os dedos pequenos bem marcados e os pés gordinhos que apetece comer. Amar um filho é cantar-lhe baixinho, mesmo que a nossa voz assuste o sono. E é calá-lo no nosso corpo, porque ele é parte do nosso corpo. A nossa vida. Toda ali.
Amar um filho é querê-lo perto e protegê-lo. Sempre nosso. Sempre pequeno. Mas amar um filho é deixá-lo ir. Em cada etapa, deixá-lo ir. Porque amar é soltar amarras. Ver cair pelo próprio pé. Ver errar pelo próprio pé. Amparar. Levantar. Amar com liberdade e cada vez mais receio. Num contra-senso que apavora, mas que tem que ser. Porque ele tem que crescer.
Mas, o colo da mãe é invisível. Está lá mesmo não estando. Nas liberdades diárias que a custo se impõem, no cortar do cordão que se crê eterno. Porque o é. Até que se façam velhinhos e nós ainda mais velhos.
Porque amar um filho é bonito. É simples e é bonito. Não precisa de floreados ou adjectivos. Porque um filho é amor. Somente isso."
(Pelas palavras do P., com todo o saber que ele também sabe).
Amar um filho é querer guardar tudo. O cheiro. Os gemidos baixinhos e os gritos que enlouquecem. Os dedos pequenos bem marcados e os pés gordinhos que apetece comer. Amar um filho é cantar-lhe baixinho, mesmo que a nossa voz assuste o sono. E é calá-lo no nosso corpo, porque ele é parte do nosso corpo. A nossa vida. Toda ali.
Amar um filho é querê-lo perto e protegê-lo. Sempre nosso. Sempre pequeno. Mas amar um filho é deixá-lo ir. Em cada etapa, deixá-lo ir. Porque amar é soltar amarras. Ver cair pelo próprio pé. Ver errar pelo próprio pé. Amparar. Levantar. Amar com liberdade e cada vez mais receio. Num contra-senso que apavora, mas que tem que ser. Porque ele tem que crescer.
Mas, o colo da mãe é invisível. Está lá mesmo não estando. Nas liberdades diárias que a custo se impõem, no cortar do cordão que se crê eterno. Porque o é. Até que se façam velhinhos e nós ainda mais velhos.
Porque amar um filho é bonito. É simples e é bonito. Não precisa de floreados ou adjectivos. Porque um filho é amor. Somente isso."
(Pelas palavras do P., com todo o saber que ele também sabe).
Criar memórias (V)
Percorrer o mercado de frutas das Caldas da Rainha e as lojas de faianças; os jardins do Hospital e o Museu Bordalo Pinheiro, comprar um bolo improvisado e cantar-te os parabéns na esplanada de Óbidos que é já uma tradição, na companhia dos avós; andar pelas ruas engalanadas para a Feira Medieval e pela livraria mais bonita que conhecemos, e acabar o teu dia de anos numa esplanada a comer caracóis e búzios.
quarta-feira, 17 de julho de 2019
Criar memórias (IV)
Calar a minha desilusão com o vento e as nuvens, perante a tua alegria inocente e o teu contentamento simples, por ver-te feliz a jogarmos à bola e a rebolarmos na areia, mesmo de calças e blusão; e o teu olhar atento e espantado ao visitarmos a Fortaleza- prisão e subirmos ao Cabo Carvoeiro.
terça-feira, 16 de julho de 2019
domingo, 14 de julho de 2019
sábado, 13 de julho de 2019
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