terça-feira, 18 de julho de 2017

Cinco anos de toda a Vida

Hoje podia repetir tudo o que escrevi nos últimos anos, desde o momento em que te pousaram no meu peito e eu soube que o amor mais puro e elementar tinha de ser isto. Se pudesse usar só uma palavra para definir estes 5 anos de vida, da tua vida desenrolada desenfreadamente perante os meus olhos espantados e confusos por tal velocidade; da minha vida para sempre redefinida naquele momento, e moldada por este sentir avassalador; essa palavra sería Deslumbramento.
Um deslumbramento sem fim por cada tua pequena conquista ou grande conversa, por cada kilo de peso que sinto quando pedes colo, por cada gargalhada que ecoa sempre que dizes peido (ou bufa... ou cocó...), por cada centímetro que meço mentalmente quando te deito na cama, e por cada sorriso teu que me desarma e enche de uma ternura sem fim.
Já não és o meu bebé mas continuas a pedir mimo e a parar-me no meio da rua, agarrado às minhas ancas enquanto exclamas "Abraço!!!" Já não fazes birras descontroladas, mas ainda tens dificuldade em gerir a frustração de ser contrariado. Manténs os teus olhos azul-mar e com eles arrancas elogios por onde passas. Misturas o sorriso de menino traquina com a voz de adolescente-general. Mostras a tua personalidade forte e teimosa, mas não perdeste ainda a ternura e a necessidade de atenção e carinho.
Vejo-te as pernas cheias de nódoas negras por não parares quieto, e só penso como gostava de te embrulhar naquele plástico de bolinhas para que nada te atingisse. Sinto-te o embaraço quando as atenções estão fixas em ti e ainda não sabes lidar com isso, e só desejo poder ensinar-te a ser mentalmente forte, e a não deixares que a opinião dos outros afete a tua auto-estima. Digo-te que te amo daqui até Jupiter e tu perguntas-me se Jupiter é mais longe do que a China. Ouço-te chamar "mãe, mãe, mãe, mãe" e vacilo entre aqueles segundos em que refilo porque não me dás um pouco de sossego, e o pensar de imediato que daqui a pouco já não quererás a minha atenção (a não ser para pedir dinheiro) e o meu mimo. Ouço aquela música do James Arthur e consigo visualizar-me daqui a doze (dez?) anos. Sei que é a evolução natural. Sei que vai acontecer. Mas só queria poder manter-te assim, aninhado no meu colo e com o dedo enfiado nos meus lábios quando tens sono.
Todos os dias te pergunto quem é o meu amor pequenino. Todos os dias me respondes com um sorriso doce "eu!!"  Que tenhas sempre esta certeza inabalável do amor incondicional que te tenho, e que seja o teu farol e conforto em todos os momentos da tua vida. Porque tu és o melhor de mim e eu sou melhor ser humano por ti e para ti.
(E irei dar-te sempre colo...)

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