segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Aleatoriedades

O ano não começou como devia. Era suposto estarmos alegres e expectantes, mas um simples telefonema de Bom Ano Novo para a Flor mudou os humores, e a preocupação mantém-se até à data. A palavra "terminal" fode tudo. E perante isto eu só queria dizer ou fazer alguma coisa que o fizesse sentir melhor. Mas não há nada que esteja ao meu alcance, a não ser dar-lhe o espaço que ele precisa para se fechar e lidar com a situação à sua maneira.
E manter os braços abertos para quando precisar.

Tenho um hóspede novo. Chama-se Ninja e fica por cá até o meu irmão se mudar (se tudo correr bem, já não falta muito). É sossegadita e não faz barulhos (a ponto de eu de vez em quando abaná-la para ver se ainda está viva) e não tem muita piada fazer-lhe festinhas.

The Private Lives of Pippa Lee deixou-me um sabor amargo de desconforto, porque aquele podería (poderá?) ser facilmente o meu futuro. A esposa e mãe abnegada e sempre disponível, que põe o bem-estar dos que ama à frente do seu próprio, que dá tudo de si e não recebe nada em troca. É louvável, sim senhor, mas um dia acorda e pergunta o que andou a fazer naqueles anos todos, o que é que viveu, o que é que a fez feliz.

Veronika Decides to Die é tão deprimente como o livro, mas fica a mensagem (talvez naif, mas ultimamente ganhou um novo significado por aqui) de que cada dia é uma dádiva, e deve ser apreciado como tal.

Push é excelente para um par de horas sem pensar muito, e Dakota Fanning é uma das (senão a) melhores actrizes da sua geração. Só espero que não se encharque em drogas e estrague tudo.

The Art of Travel fez-me invejar os aventureiros, os que têm coragem de partir de mochila às costas sem plano traçado, ao sabor das ondas e do que cada lugar tem para oferecer. Gostava de ter essa coragem, essa expontaneidade quase loucura irresponsável, esse despojamento que faz com que não se ralem muito de andar 3 dias sem tomar banho ou dormir numa tenda durante um mês. Viajar é concerteza a melhor forma de alargar horizontes, de saber mais não só sobre os outros, mas sobre nós próprios, os limites que conseguimos ultrapassar e a beleza que conseguimos captar em cada nova paisagem.


Amanhã (hoje...) já é dia de trabalho. O primeiro do ano e o primeiro depois de semana e meia de férias, a adormecer tarde (ontem foi às 5 da manhã...) e a acordar de tarde (para ser levado à letra...). Mas acho que me vai fazer bem voltar a entrar num ritmo certo, numa rotina que não me troque os horários, numa agenda novinha em folha para encher com datas de aniversários e contactos actualizados e listas de coisas a fazer.
(Lembrei-me agora que ainda tenho de comprar a agenda...).

2 comentários:

  1. Lendo o seu post fiquei assim, vazio, sem saber se me havia de congratular pelas coisas boas ou suspirar pelas más.
    E continuo sem saber, suspirando enquanto tento a congratulação.

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