sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Acordar

Eu sei que é sempre assim, pelo menos desde que passei a picar o ponto a horas normais, antes levantava-me mais cedo e ficava a roer-me toda por deixá-lo no calor que a cama só tem de manhã (porque é que quando nos deitamos a cama nunca está assim confortável e quente?), mas só esta manhã reparei, tomei atenção a todos os pormenores, todos os gestos e como me fazem sentir: o despertador dele toca mas ele desliga-o sem dar sequer tempo de perceber qual a música que está a passar na rádio. E qualquer que seja a posição em que nos encontramos, viramo-nos à procura da pele do outro, ainda de olhos fechados, ainda na fronteira entre os sonhos e mais um dia. Os braços dele envolvem-me, faz-me festas no cabelo, mexe-me nas orelhas e dá-me beijos repenicados no nariz, daqueles que eu não gosto porque me fazem comichão, mas eu nem refilo porque não há melhor forma de acordar. Aqueles dez minutos cronometrados, antes de ele se levantar e me deixar entregue aos lençóis (térmicos, bendita invenção!) são de uma doçura e meiguice indescritíveis. Só esta manhã é que me apercebi disto, enquanto passava os dedos na fronha da almofada e ouvia a água do duche dele a correr... não é só adormecer no abraço que me conforta e dá segurança, que me faz feliz; é também acordar no mesmo abraço que me mima sem palavras.

2 comentários:

  1. Esses momentos são de facto mágicos e ainda bem que lhes sabes dar valor!!!!

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  2. The resetted, estes momentos estão lá sempre, e toda a gente os tem... só é preciso prestar-lhes atenção :))

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