É só o que me apetece fazer. Encostar-me num canto muito quieta e soltar toda a tristeza e revolta sem razão aparente. Duas noites de insónia fazem estragos. As razões para a insónia também.
A última vez que fui beber café com a F. ela mostrou-se muito preocupada por eu poder estar a entrar em depressão, e que não podia ser, que não podia estar sempre a pensar na mesma coisa, que tinha de estar calma e relaxada para ser mais fácil conseguir... mas conseguir o quê? Não há nada para conseguir quando se desiste. Esperar? Esperar pelo quê? Ninguém me disse, e eu só queria isso, que falassem comigo, que me explicassem as razões.E a partir dessa conversa que me soou um pouco encomendada (apesar de eu saber que foi sincera e preocupada) fechei-me ainda mais. Para não parecer neurótica, para não "incomodar" o(s) outro(s). Porque este assunto tornou-se um incómodo, um tabu. E isso é o que mais me dói.
Compreendo (como compreendo...) que há pessoas que se fecham, que simplesmente ignoram os problemas e não os mencionam, na esperança vã que isso os faça desaparecer por milagre, ou porque acreditam que concentrar-lhes atenções só vai aumentá-los. Eu não sou assim. Preciso de respostas para continuar, para me sentir segura. Preciso de poder dizer o que sinto, saber com o que posso contar (e com quem posso contar). Para seguir em frente.Não é o fazer-me de coitadinha e andar a apregoar as minhas desgraças, nem remoer o mesmo assunto até à exaustão. É simplesmente enfrentar a situação (qualquer uma), analisar as opções possíveis, e tomar decisões. Quebrar o silêncio do medo.
Se calhar tenho de pagar a um psicólogo para isso. Para poder falar. E chorar à vontade. Sem que toda a gente à minha volta pense que eu vou desfazer-me em mil cacos. Não vou. Só preciso de tirar este peso enorme do peito que não deixa entrar o ar.
Se calhar tenho de pagar a um psicólogo para isso. Para poder falar. E chorar à vontade. Sem que toda a gente à minha volta pense que eu vou desfazer-me em mil cacos. Não vou. Só preciso de tirar este peso enorme do peito que não deixa entrar o ar.
Só agora li o post, (ando viciada no facebook) e se calhar já vou um pouco atrasada para dar apoio e apesar de não te conhecer pessoalmente e de não compreender a tua situação tento imaginar a dor e dói só de pensar. Portanto vai um email para ti com o meu telelé, e tudo e tudo, que eu é como se fosse um psicólogo, se é para desabafar com estranhos desabafa comigo que eu não te peço dinheiro por isso!
ResponderEliminarUm abraço!
Sophie, este post não era para ler, por isso foi publicado mais de uma semana depois de ter acontecido :)
ResponderEliminarObrigado pelas palavras de apoio, o resto respondo por mail :)
Um beijo